29/08/2022

Instituto Vladimir Herzog repudia ataques de Bolsonaro a Vera Magalhães

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O Instituto Vladimir Herzog vem a público para repudiar o ataque de Jair Bolsonaro a Vera Magalhães, realizado durante o debate eleitoral do último domingo, 28 de agosto. O presidente, mais uma vez, adotou uma postura violenta, covarde e machista para deslegitimar a pergunta da jornalista, reproduzindo o comportamento hostil que adota contra a imprensa sempre que é criticado ou questionado.

Nunca é demais lembrar que a misoginia de Bolsonaro já veio à tona em outras oportunidades. Em dezembro de 2020, o presidente foi condenado a pagar uma indenização a título de danos morais à jornalista Bianca Santana, após acusá-la absurda e injustamente de divulgar fake news. Poucos meses depois, em 2021, o presidente foi novamente condenado a pagar outra indenização a título de danos morais, desta vez por usar expressões machistas e com conotação sexual para atacar a jornalista Patrícia Campos Mello.

Ao usar um espaço público e de grande audiência para atacar e deslegitimar o trabalho de uma jornalista, como fez no último domingo, Bolsonaro se iguala aos líderes de regimes totalitários, como o nazismo, o fascismo e a ditadura militar que aterrorizou cidadãos brasileiros por longos 21 anos, deixando claro que seguirá atuando prioritariamente para coibir a contraposição de ideias e os questionamentos à sua forma de governar que destruiu o país nos últimos quatro anos. Com Bolsonaro, voltamos ao mapa da fome, vimos a disparada da inflação e perdemos quase 700 mil brasileiros, vítimas de uma criminosa negligência no enfrentamento à pandemia de Covid-19.

Mais uma vez, o atual presidente revelou sua total incapacidade de conviver com o trabalho da imprensa e sua postura de atacar jornalistas – especialmente mulheres – de diferentes maneiras, sempre recorrendo à grosseria, à ignorância e à covardia, é absolutamente inaceitável e precisa ser repreendida por toda a sociedade. Diante de mais este ataque, é inevitável lembrarmos de Vladimir Herzog – o jornalista que foi cruelmente torturado e assassinado por promover um jornalismo crítico, investigativo, voltado às questões da cidadania e dos direitos humanos, o que incomodava os detentores do poder da época.

Por fim, prestamos solidariedade à jornalista Vera Magalhães e a todas as jornalistas vítimas do autoritarismo característico do atual presidente, e reafirmamos nosso compromisso em seguir lutando pela construção de um país mais justo e igualitário, que valorize o jornalismo como um dos pilares do Estado Democrático de Direito.

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