15/08/2019

IVH lança encontros territoriais do projeto Territórios da Memória

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Projeto tem como objetivo fortalecer o conhecimento e a memória de territórios de São Paulo, principalmente territórios periféricos pouco escutados ainda pelas narrativas tradicionais.

Neste sábado, 17 de agosto, o Instituto Vladimir Herzog apresenta o primeiro encontro territorial do projeto Territórios da Memória. O evento, que ocorrerá na Ocupação 9 de Julho, foi antecedido por visitas ao Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF) com grupos de ativistas e militantes. Ali eles conheceram a história da Vala Clandestina de Perus e o trabalho que o Grupo de Trabalho Perus realizada com as ossadas encontradas na Vala.

O conhecimento ali obtido está sendo multiplicado por essas pessoas por várias regiões de São Paulo e em agosto e setembro realizaremos 5 encontros territoriais que promoverão narrativas e história de lugares e pessoas que fazem parte da Memória de cada território.

É isso que propõe o Territórios da Memória: fortalecer o conhecimento e a memória de territórios de São Paulo, principalmente territórios periféricos pouco escutados ainda pelas narrativas tradicionais. Para isso, cada território está articulando experiências artístico-culturais de encontros e deslocamentos. No sábado agora, a partir das 12h, teremos a oportunidade de curtir essa programação:

12h – Grafitagem do muro da ocupação na avenida 9 de julho

13h às 15h30 – Caminhada da Memória
Concentração: 13h na catraca do metrô Liberdade

A Caminhada possibilitará conhecer histórias pouco conhecidas e também processos de resistência relacionados aos locais visitados buscando memórias apagadas da cidade.
Visitaremos a Capela dos Aflitos, no bairro da Liberdade, onde o coletivo N’Kinpa – Núcleo de Culturas Negras e Periféricas e Abílio Ferreira, jornalista e escritor, contarão sobre a memória negra deste local. Na Praça da Sé, o Movimento Nacional de população de rua relembrará o massacre da Sé de 2004, e também rememoraremos a praça como o local de diversas manifestações de resistência a ditadura militar. Ainda na Sé haverá uma ação de redução de danos com o É de lei. Seguiremos para rua José Bonifácio, rua do Ouvidor, onde passaremos pela ocupação Ouvidor 63, até chegar na praça e memorial Vladimir Herzog. Por fim, chegaremos na ocupação 9 de julho.

15h30 às 20h – Exposições e intervenções na ocupação

Mapa Colaborativo (Silvana Marcondes)
Em um tecido com o trajeto da Caminhada da Memória bordado, as pessoas podem completar o mapa a partir de suas memórias e vivências no território. Alfinetes com pedaço de papel em branco estarão disponíveis para construirmos esse mapa coletivo.

Ossário – memória a construir (Casadalapa)
Instalação coletiva que faz alusão às caixas utilizadas no CAAF – Centro de Antropologia e Arqueologia Forense, responsável por examinar e organizar as mais de 1000 ossadas encontradas em uma vala comum no Cemitério Dom Bosco, em Perus, em 1990.
A instalação apresenta ossos com a grafia de sentimentos, esperanças, repúdios ou ocasiões plurais de violências de Estado para nos lembrar que a memória social se constrói diariamente.

16h – Roda de conversa (na Sala 10)

“Memórias, territórios, narrativas e violência de Estado: apagamentos de ontem e de hoje”

Sabemos que a violência de Estado não começou na ditadura militar e tampouco foi encerrada com a redemocratização, por isso, também é objetivo desse encontro refletir sobre formas de violência de Estado de ontem e de hoje e os mecanismo de controle estatais, como o encarceramento, desigualdade e criminalização de movimentos sociais.

Mediação: Laura Capriglione – Jornalistas Livres

Presenças confirmadas:
MSTC – Movimento sem-teto do centro
Coletivo Visto Permanente
Coletivo Revolta da Lâmpada
Coletivo Lakitas Sinchi Warmis
Alma Preta
AMPARAR – Associação de amigos e familiares de presos/as
José Luís Del Roio
Edson Baldan, Professor de Criminologia da PUC/SP
Renan Quinalha, UNIFESP
Ana Luisa Uwai, É de lei
Lais Atanaka Denubila, ITTC
Eliana Vendramini, coordenadora do PLID
Kátia Passos, Jornalistas Livres,
Anderson, Movimento Nacional de População de Rua
Benedito Roberto Barbosa (Dito), advogado da União dos Movimentos de Moradia de São Paulo
José Luiz Del Roio
Érika Hilton Co deputada Bancada Ativista

Encerramento
Ao final da Roda de Conversa teremos mais conversa, trocas e boa música com os parceiros e parceiras da ocupação 9 de julho. Mais informações do encerramento: https://www.facebook.com/events/2308769862784806/

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