Arte com ilustração dos continentes sobreposta a uma fotografia de várias pessoas com os punhos fechados e erguidos. O texto diz "Fórum Social Mundial Justiça e Democracia".
06/05/2022

Histórico brasileiro de impunidade e violações de direitos humanos foi tema de debate no FSMJD

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Foto: Marco Nedeff
Homem tocando violão e cantando no palco do Fórum Social Mundial
O músico Nei Lisboa em apresentação no Fórum Social Mundial. Foto: Marco Nedeff
Cartaz com foto em preto e branco de uma mulher negra. O texto diz ˜Eu sou respeito˜.
Foto: Marco Nedeff
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Foto: Marco Nedeff
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Da esquerda para a direita: Rogério Sottili, Henrique Vieira, Alessandra Queiroga, Maria Marighella, Marinete Silva e Marlon Weichert. Foto: Marco Nedeff
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Foto: Marco Nedeff
Marinete Silva, Marlon Weichert, Alessandra Queiroga e Maria Marighella
Foto: Marco Nedeff
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Foto: Marco Nedeff
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Foto: Marco Nedeff
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Foto: Marco Nedeff
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Marinete Silva e Maria Marighella se abraçam em encontro no Fórum Social Mundial. Foto: Marco Nedeff

Em sua primeira edição híbrida após o início da pandemia, o Fórum Social Mundial Justiça e Democracia (FSMJD) reuniu entre os dias 26 e 30 de abril, em Porto Alegre, ativistas para a retomada das lutas e discussões sobre a transformação do sistema de justiça, assim como de consolidação de instituições nele envolvidas e comprometidas com os valores da democracia, da dignidade e da justiça social.

Com atividades autogestionadas e mesas divididas em cinco eixos temáticos, a edição de 2022 do FSMJD contou com a presença do Instituto Vladimir Herzog. Ao lado do Coletivo Transforma MP, o IVH organizou a atividade “De Marighellas a Marielles”, promovendo uma discussão crítica sobre os custos da falta de justiça de transição para a democracia brasileira.

A mesa, que foi mediada por Alessandra Queiroga, teve a participação de Maria Marighella, neta de Marighella, atriz e vereadora (PT) em Salvador, Marinete Silva, mãe de Marielle Franco e cofundadora do Instituto Marielle Franco, pastor Henrique Vieira, Marlon Weichert, procurador da República e Rogério Sottili, diretor executivo do IVH

Sottili, cuja fala abriu o debate, explica que a situação de violações dos direitos humanos e total desrespeito ao Estado Democrático de Direito que enfrentamos hoje é fruto da ausência de uma justiça de transição que responsabilize judicialmente todos aqueles que cometeram crimes de lesa-humanidade no Brasil.

“Com isso, demos espaço para figuras como atual presidente fazer apologia a tortura, violar a Constituição, agredir populações e promover a violência de modo generalizado, perseguindo os movimentos sociais e os direitos humanos”, diz. “Assim, quando discutimos de Marighellas a Marielles, o que queremos é trazer a reflexão de que a violência da época da ditadura que assassinou Marighella e tantos outros é a mesma que matou Marielle.”

Além disso, como o Fórum acontece em um dos momentos mais difíceis da história do Brasil e é, portanto, um símbolo de resistência, o debate também teve como objetivo o pensar de outros mundos e futuros possíveis, onde, enfrentado o passado de violência, as pessoas sejam o centro das preocupações da sociedade.

“Estamos sinalizando que o próximo governo terá não apenas que restabelecer o Estado Democrático de Direito, mas também pensar em um novo olhar sobre o mundo, onde o centro desse olhar seja as pessoas e não o mercado. Porque, como disse o Henrique Vieira, o neoliberalismo e seu viés de violência, e exclusão são incompatíveis com os direitos humanos”, encerra Sottili.

A mesa “De Marighellas a Marielles” foi transmitida pelo canal do Ministério Público Federal e pode ser assistida na íntegra no YouTube.

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