12/02/2016

Exposição celebra os 50 anos de carreira de Elifas Andreato

Compartilhar:

A partir de 4 de fevereiro, o Museu Correios de Brasília recebe a exposição “Elifas Andreato, 50 Anos”, que reúne alguns dos principais trabalhos elaborados pelo artista ao longo de meio século de carreira, em uma trajetória que se liga à fase áurea da música popular brasileira, à luta contra o regime militar e pela reafirmação da identidade cultural brasileira.

A exposição fica em Brasília até o dia 3 de abril e depois segue para São Paulo.

A mostra tem início com uma linha do tempo, que narra desde os primeiros trabalhos, realizados ainda nos tempos de operário, até as mais recentes produções, passando por alguns dos principais capítulos da história da música, do teatro e da política no Brasil.

No campo musical, estão presentes trabalhos feitos para alguns dos mais importantes nomes da MPB, como Paulinho da Viola, Elis Regina, Martinho da Vila, Tom Zé, Chico Buarque, Adoniran Barbosa e Vinicius de Moraes, entre outros.

Em estações multimídia, os visitantes podem selecionar e assistir a depoimentos do artista sobre a realização de alguns de seus principais trabalhos para a música: capas de disco, coleções de fascículos, projetos culturais.

Os visitantes podem ainda sentar-se em torno de estações digitais para ouvir discos que Elifas embalou, a partir de um aplicativo que reproduz as velhas vitrolas, seus característicos chiados e sua forma de operação.

O trabalho do artista voltado para o universo infantil também está representado, com destaque para uma reprodução em grande escala da arca e dos bichinhos que compõem a capa do inesquecível “Arca de Noé”, de Vinicius de Moraes. Crianças e adultos podem se colocar dentro da capa, em uma proposta expográfica que desdobra os planos da obra, quase como em um livro pop-up.

A contribuição para o teatro ganha espaço também com a reprodução de cartazes como “A Morte do Caixeiro Viajante”, de Arthur Miller, com direção de Flávio Rangel; “Mortos Sem Sepultura”, de Jean-Paul Sartre, dirigida por Fernando Peixoto; e “Murro em Ponta de Faca”, de Augusto Boal, com direção de Paulo José.

A atuação política, sobretudo durante o regime militar, tem espaço com a reprodução de alguns dos trabalhos que ilustraram a resistência à ditadura no período, como capas para publicações alternativas que Elifas Andreato fundou e dirigiu: os jornais “Opinião” e “Movimento” e a revista “Argumento”.

Como denúncia dos crimes cometidos pelo regime, comparecem “25 de Outubro” (1981), que escancarou em tela o assassinato do jornalista Vladimir Herzog nas instalações do DOI-CODI e o majestoso painel “A Verdade Ainda que Tardia” (2012), encomendado pela Comissão da Verdade da Câmara dos Deputados, presidida pela deputada federal Luiza Erundina.

A exposição traz ainda um raro exemplar do “Livro Negro da Ditadura Militar”, com capa assinada pelo artista, além de outras reproduções e objetos valiosos que ajudam a recontar a trajetória de Elifas Andreato e seu compromisso com a cultura e a história do país.

Serviço:
“Elifas Andreato, 50 Anos”
Data: de 04/02 até 03/04
Horário: terça a sexta, das 10h às 19h e sábado, domingo e feriados, das 12h às 18h
Local: Museu Correios – Brasilia
Entrada franca

Compartilhar:

Pular para o conteúdo