20/11/2017

42 anos depois: o legado de Vladimir Herzog

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No dia 25 de outubro, o novo diretor executivo do IVH, Rogério Sotilli, lembra Vlado para celebrar sua vida e para nos comprometermos com sua histórica luta por um país mais justo.

Há exatos 42 anos, no dia 25 de outubro de 1975, Vladimir Herzog era brutalmente assassinado por agentes do Estado dentro das dependências do DOI-CODI, o centro do extenso aparato de repressão do regime militar em São Paulo.

A morte do Vlado fez com que a população fosse às ruas. O inesquecível culto ecumênico na Catedral da Sé, no dia 31 de outubro daquele mesmo ano, era não só um ato de solidariedade a Clarice Herzog e a toda a família de Vlado, mas também um forte grito contra a crueldade do regime militar, que naquele momento entrava numa decadência que culminaria com sua derrubada alguns anos depois.

Vladimir Herzog, os companheiros de sua geração e de tantas outras que bravamente lutaram e, muitas vezes, deram suas próprias vidas por aquilo que acreditavam deixaram um legado de justiça e democracia para o nosso país.

No entanto, infelizmente, parece que ainda hoje não fizemos bem o nosso dever de casa de aprender com esses exemplos. Assistimos, diariamente, a homenagens a torturadores, anistiamos assassinos que permanecem impunes, nossas escolas não falam adequadamente sobre nosso passado. Consequentemente, somos obrigados a conviver com ameaças graves à democracia, com retiradas de direitos da sociais, com práticas de censura à arte, à cultura e à liberdade de expressão.

Ainda somos um país que pretende revogar regras do trabalho escravo, que propõe o fim das leis trabalhistas, que criminaliza os movimentos sociais, que desrespeita o Estado de direito.

Tudo isso impõe a nós, do Instituto Vladimir Herzog, a árdua tarefa de intensificar a mobilização pela defesa da democracia, dos direitos humanos e da liberdade de expressão, direito à memória, à verdade e à justiça.

Para mim, particularmente, é uma honra e um grande desafio dirigir esta instituição em um momento como este. O legado de Vlado e a luta de Clarice estão e sempre estarão presentes no dia-a-dia do IVH e de toda a sociedade brasileira. Nosso compromisso é com o presente e, principalmente com o futuro do Brasil, em busca de um país verdadeiramente democrático e respeitador dos direitos humanos e da liberdade de expressão.

Neste 25 de outubro lembramos de Vlado para comemorarmos e celebrarmos sua vida. Mas também para nos comprometermos ainda mais com a sua histórica luta por um país mais justo.

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