08/03/2019

No Dia da Mulher, Usina de Valores relembra a história de 4 mulheres inspiradoras

Compartilhar:

Projeto desenvolvido pelo Instituto Vladimir Herzog conta a trajetória de quatro mulheres que transformaram a sociedade

* Publicado originalmente no site do Usina de Valores

O que Maya AngelouFrida KahloMarielle Franco e Beatriz Nascimento tem em comum? Todas impactaram o mundo. E não é um impacto qualquer.

Sem exceções, elas foram capazes de influenciar de forma definitiva o pensamento social de sua época e das gerações seguintes. São mulheres que viverão para sempre, pela memória e pelo legado que deixaram em seus países e no mundo.

Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, o Usina de Valores foi atrás da trajetória dessas personagens para compreender o que faz delas tão importantes para nossa sociedade.

 

MARGUERITE ANN JOHNSON É UMA MULHER DE ATITUDE

Primeira negra a trabalhar como motorista do transporte público de São Francisco, mãe solo, atriz, diretora, roteirista e produtora. Cantora. Escritora Poeta. Venceu três Grammys na categoria de Melhor Álbum de Palavra Falada ou Álbum Não Cantado.

Marguerite Ann Johnson é Maya Angelou.

Ativista do movimento pelo fim da segregação racial nos EUA, ela foi uma das vozes mais potentes na política e na arte americana. Sua atividade no campo dos direitos humanos atravessou o Atlântico. Maya fez parte de missões humanitárias pela África nos anos 60. Para ela, a transformação social era vital.

MARIELLE, PRESENTE

Antes de 14 de março de 2018, Marielle Franco era, para a maioria, uma vereadora do PSOL na cidade do Rio de Janeiro. Pouco se falava, pouco se sabia sobre ela. No entanto, mesmo antes daquela data, suas ações e sua vida tinham objetivos bem definidos.

Marielle queria mudança. Buscava transformar uma sociedade marcada pela violência urbana e a morte precoce de jovens negros. Queria mais dignidade para as mulheres, diariamente assediadas e violentadas por uma sociedade patriarcal. Ela queria justiça para LGBTs assassinados por serem quem eram.

Sua trajetória de vida foi interrompida no dia 14 de março de 2018, quando foi brutalmente executada nas ruas do Rio de Janeiro por defender um mundo melhor. Mas isso não significou seu fim, pelo contrário.

A luta de Marielle e sua imagem tomaram o imaginário social. Hoje Marielle Franco é o símbolo da busca por uma sociedade justa, antirracista, feminista e que respeita a sexualidade e o gênero de todos.

FRIDA KAHLO PERTENCE A SI MESMA E A MAIS NINGUÉM

Avessa às convenções sociais, artista da alma e da sua realidade. Frida Kahlo nunca teve medo de se expressar e mostrar quem era. Como dizia, era “sua única musa”, o assunto que conhecia melhor.

Tal conhecimento se traduzia nas dezenas de autorretratos que fez de si e das dores – físicas e mentais – e alegrias que acumulou ao longo de sua vida. Aos 18 anos sofreu um acidente de ônibus que mudou definitivamente sua trajetória. Entre fraturas e ossos quebrados, tomou refúgio na arte e nas leituras sobre o comunismo.

Apesar de nunca ter se autoproclamado feminista, as atitudes de Frida moldaram seu legado, sempre firme aos seu ideais. Uma mulher rebelde e sem medo de questionar aquilo que lhe era imposto. Sua vida e obra inspiraram e ainda inspiram milhões de mulheres ao redor do planeta.

BEATRIZ NASCIMENTO, UMA INTELECTUAL BRASILEIRA

Beatriz Nascimento é gigante. Filha de uma dona de casa e de um pedreiro é a oitava de dez irmãos. Foi múltipla. Pesquisadora, historiadora, ativista e professora na rede estadual de ensino do Rio de Janeiro.

Sua contribuição foi fundamental para questionar a imagem da população negra nos estudos acadêmicos brasileiros, até então feitos majoritariamente por homens brancos. Beatriz transformou o negro e a negra objetos em sujeitos.

Ou seja, Beatriz Nascimento foi protagonista. E fez dos negros brasileiros protagonistas de suas narrativas. Tornou-se influência fundamental para questionar estereótipos sociais, sobretudo de mulheres negras, sendo um ícone fundamental do feminismo negro brasileiro.

Beatriz também ficou conhecida por estudar os Quilombos no Brasil a fundo e por agregar uma nova perspectiva sobre o seu significado. Ela considerava as favelas e qualquer lugar em que um corpo negro consciente de si e sua história habita como Quilombos.

—-

Conheça mais do trabalho realizado pelo Usina de Valores.

Compartilhar:

Pular para o conteúdo