A professora Kimi Tomizaki, chefe do Departamento de Filosofia da Educação e Ciências (EDF) da Faculdade de Educação da USP e proponente da homenagem à professora Maria Victória Benevides (à direita) – Foto: Assessoria da FEUSP
07/08/2023

Maria Victória Benevides recebe título de Professora Emérita na USP

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Em discurso emocionante, a docente destacou o valor da democracia não simplesmente como regime político, mas como modo de vida

No último dia 3 de agosto, Maria Victória Benevides recebeu o título de professora emérita da faculdade de educação da Universidade de São Paulo (USP), durante cerimônia no auditório da FE-USP.

Ex-integrante do Conselho Deliberativo e atual conselheira consultiva do Instituto Vladimir Herzog, a vice presidenta da Comissão Arns, destaque na luta pela defesa da democracia e busca por uma educação pública de qualidade, foi homenageada pela sua história no campo educacional.

Formada em Sociologia pela PUC com especialização no campo da ciência política, Maria Victória tem longa carreira acadêmica nas áreas de teoria política, democracia e direitos humanos. A docente leciona na USP desde 1985 e a sua trajetória foi dedicada às pesquisas sobre a educação em direitos humanos e ditadura militar, quando passou a ter ciência das mazelas do regime após ter contato com o Arcebispo dom Evaristo Arns, logo após o culto ecumênico da morte de Vladimir Herzog. 

Durante o discurso, a professora destacou a importância da educação em direitos humanos na sociedade e reforçou o descaso do último governo com o tema: “A Educação em Direitos Humanos precisa ser retomada em nosso país de forma permanente e transversal como eixo da educação formal, mas também como uma ampla ação das organizações da sociedade civil apoiadas pelo Estado. A educação sozinha não fará o necessário enfrentamento da cultura fascistóide desses últimos anos (discurso de ódio, violência de todo tipo, preconceito e discriminação, atitudes racistas, machistas e misóginas), mas seu papel estratégico é inegável e precisa ser realizado como ação intencional, planejada, com capacidade de mobilização mais ampla possível.”

Em suas obras literárias escreveu os seguintes livros: “A Cidadania Ativa – Referendo, Plebiscito e Iniciativa Popular”, “Desafios para a Democracia no Brasil” e “A UDN e o Udenismo – Ambiguidades do Liberalismo Brasileiro.”

Para Rogério Sottili, Diretor Executivo do Instituto Vladimir Herzog, Maria Victória Benevides é uma luz para todos os ativistas de direitos humanos do Brasil: “Maria Victória Benevides é uma intelectual que colocou o seu conhecimento para transformar o país através da educação e se tornou uma mulher imprescindível na luta pautada pelos valores humanos. Temos orgulho e honra de ter uma pessoa tão importante como parte do IVH.”

Maria Victória Benevides integra o Programa de Mestrado em Direitos Humanos da USP,  é membro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Direitos Humanos (Andhep). 

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