O livro “Vala de Perus” é finalista do 63º Prêmio Jabuti, concorrendo na categoria Biografia, Documentário e Reportagem. Escrita pelo jornalista Camilo Vannuchi e publicada pela Alameda, a obra faz parte do projeto Vala de Perus: uma biografia, idealizado e produzido pela área de Memória, Verdade e Justiça (MVJ) do Instituto Vladimir Herzog.
Descoberta em 1990, no Cemitério Dom Bosco, no bairro de Perus, a vala clandestina foi construída em meados da década de 1970, para ocultar os corpos de vítimas da perseguição política empregada por agentes da ditadura militar. Passados 30 anos, das mais de mil ossadas encontradas lá, apenas cinco foram identificadas até o momento.
Após realizar um extenso trabalho de pesquisa, Vannuchi contou a terrível história da Vala de Perus em uma série de reportagens especiais que, posteriormente, se transformaram na obra que hoje concorre ao Prêmio Jabuti. A apuração também resultou na criação de um site, um livro paradidático e um podcast homônimo com seis episódios.
Esse é um dos casos mais emblemáticos de violação de direitos humanos. E no Brasil de hoje, em que há o enaltecimento da ditadura pelo presidente da República, é urgente falar sobre a política de terror e extermínio que a ditadura produziu. Falar do passado e do presente, porque os assassinatos continuam acontecendo até hoje nas periferias, diz Lucas Paolo Vilalta, coordenador da área de Memória.
A cerimônia de entrega do 63º Prêmio Jabuti está marcada para 25 de novembro.