17/04/2023

Instituto Vladimir Herzog receberá revolucionária sandinista Mónica Baltodano Marcenaro

Compartilhar:

Na próxima quinta-feira (20), o Instituto Vladimir Herzog receberá a visita da revolucionária nicaraguense Mónica Baltodano Marcenaro. Durante o encontro, conversaremos sobre a atual situação dos Direitos Humanos na Nicarágua. Sob o 4º mandato consecutivo do presidente Daniel Ortega, o país vive uma crise política marcada por forte perseguição aos opositores do governo: em fevereiro deste ano, 222 presos políticos foram deportados e 94 pessoas consideradas ”traidoras da pátria“ perderam suas cidadanias.

Mais recentemente, em março, uma comissão da ONU declarou que o governo nicaraguense tem cometido sistemáticas violações aos direitos humanos, incluindo atos de tortura, execuções extrajudiciais e detenções arbitrárias desde 2018, quando eclodiram protestos contra o regime de Ortega.

Quem é Mónica Baltodano

Nascida em 1954, na cidade de Léon, Mónica iniciou sua militância na adolescência, juntando-se ao movimento estudantil com apenas 15 anos. Em 1974, passou a integrar a luta sandinista contra a ditadura de Anatásio Somoza, o que a levou à clandestinidade e, posteriormente, à prisão, onde foi torturada.

Após recuperar a liberdade, ela se tornou membro do Estado Maior que liderou a insurreição da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) em Manágua, em 1979. Com a vitória da FSLN e a queda da ditadura de Somoza, Mónica foi promovida à Comandante Guerrilheira, posto até hoje concedido a apenas três mulheres. Também foi condecorada com a Ordem Carlos Fonseca, a mais alta honraria dada pela Frente Sandinista àqueles que se destacaram na luta revolucionária.

Durante as décadas de 1980 e 1990, Mónica foi vereadora, deputada, ministra e chegou a ser eleita para a Direção Nacional da FSLN. Contudo, por suas críticas à corrupção e aproximação de Daniel Ortega com a direita, ela foi excluída de todos os órgãos do partido.

Desde então, Mónica se dedica a impulsionar novos movimentos sociais nicaraguenses e ao fortalecimento da social-democracia, fundando em 2005 o Movimento de Resgate do Sandinismo. Atualmente, ela vive na Costa Rica, para onde se exilou após ser expulsa da Nicarágua e ter sua nacionalidade e seus bens confiscados pelo governo Ortega.

Compartilhar:

Pular para o conteúdo