Luis Nassif sofreu, na manhã desta sexta-feira, 8 de novembro, uma intimidação do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. O jornalista recebeu, em sua casa, em São Paulo, uma intimação da Delegacia de Investigações Interestaduais (Polinter). O pedido veio da Polícia Civil do Rio de Janeiro e pede que Nassif dê explicações às autoridades policiais por ter chamado a política de Witzel de “genocida”.
O Instituto Vladimir Herzog repudia veementemente a ofensiva de Wilson Witzel contra Luis Nassif e presta toda a solidariedade ao jornalista. Lamentavelmente, episódios como este, de evidente ataque à liberdade de expressão, têm se tornado comuns no Brasil. Já há algum tempo, jornalistas e comunicadores que, de alguma forma, se posicionam de forma crítica ao conservadorismo e à violência policial são alvos de agressões covardes que colocam em xeque a democracia e a liberdade de pensamento no nosso país.
Ações policiais como esta cometida contra Luis Nassif nos remetem aos mais sombrios episódios da ditadura militar e são, acima de tudo, inconstitucionais. Segundo o artigo 220 do segundo parágrafo da Constituição Federal, “a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição” e fica “vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”.
Como se não bastasse, as liberdades de expressão e de imprensa são essenciais para o bom funcionamento de qualquer democracia, e aqui não importa se as ideias ou as notícias vão ou não contra nossas posições políticas ou preferências ideológicas.
Diante deste cenário, o Instituto Vladimir Herzog reafirma sua missão de cultivar e defender a livre circulação de ideias e reforça seu compromisso em reagir a cada tentativa de cerceamento da liberdade de expressão.