Homenagem ao artista plástico foi uma iniciativa dos vereadores Antonio Donato e Arselino Tatto, do PT.
Em sessão solene na Câmara de Vereadores da Cidade de São Paulo, realizada na última segunda-feira, 25 de novembro, o artista plástico Elifas Andreato recebeu o título de Cidadão Paulistano, reconhecendo sua contribuição à arte e à cultura do país.
A homenagem foi uma iniciativa dos vereadores Antonio Donato e Arselino Tatto, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT).
Elifas Andreato foi um dos principais artistas plásticos do país no período de resistência à ditadura militar. Foi ilustrador de capas de jornais contra a ditadura militar, como “Movimento”, “Opinião” e “Argumento”, além de criar desenhos para álbuns musicais, como os de Chico Buarque e Paulinho da Viola.
Foi um dos artistas que melhor traduziu a indignação de toda a sociedade pelo assassinato de Vladimir Herzog, em 25 de outubro de 1975. É dele a tela “25 de outubro”, registro marcante e emocionante da prisão, tortura e assassinato de Vlado. É dele também o desenho do troféu do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, a mais tradicional honraria jornalística do país, e o design do logo do Instituto Vladimir Herzog, entidade que há mais de dez anos desenvolve projetos em defesa da democracia, da liberdade de expressão e dos direitos humanos.
Elifas também é o autor de três obras de arte presentes na Praça Vladimir Herzog, espaço no centro de São Paulo, próximo ao prédio da Câmara Municipal. São dele a reprodução, em forma de mosaico, da tela “25 de outubro”; uma versão ampliada da escultura Vlado Vitorioso; e a versão em ponto grande do troféu do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.
Antes da homenagem recebida nesta segunda-feira, na Câmara dos Veradores, Elifas havia sido agraciado com o Prêmio Especial Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos em 2011. No troféu, está grafada uma frase que resume bem a importância deste personagem para a história do nosso país: “A arte é amiga da Liberdade e os artistas sempre lutam por ela. Se a ditadura de Franco teve que encarar o Picasso, a nossa precisou encarar o Elifas”.