A exposição Resistir é Preciso… chega em sua última semana com mais de 52.000 visitantes. Idealizada pelo Instituto Vladimir Herzog, a mostra mantém viva na memória dos brasileiros a luta da imprensa durante a ditadura, período em que centenas de profissionais da área foram presos, torturados e assassinados. Organizada em parceria com o Ministério da Cultura, Correios e com o Banco do Brasil, conta com obras de arte, cartazes, fotografias e depoimentos em vídeo. A mostra fica em cartaz até dia 6 e a entrada é gratuita.
No Centro Cultural Banco do Brasil, uma “linha do tempo” contará a história da resistência à ditadura militar que foi instaurada no Brasil em 1964 e que permaneceu no poder até a eleição indireta de Tancredo Neves, em 1985. Nesse período, muitos intelectuais, artistas, sindicatos, estudantes e diversos setores da sociedade civil lutaram pelo reestabelecimento da democracia no Brasil.
A mostra reúne um expressivo conjunto de obras de arte e documentos históricos que apresentam a militância dos artistas denunciando abusos e crimes da ditadura. Entre os painéis da exposição está a coleção de Alípio Freire, jornalista e ex-preso político, que reuniu obras de artistas plásticos como Sérgio Freire, Flávio Império, Sérgio Ferro e Takaoka produzidas no período de cárcere, no presídio Tiradentes, em São Paulo. A mostra traz também ilustrações de Rubem Grilo, ilustrador de publicações como Movimento, Opinião e Pasquim da década de 1970.
A exposição extrapola os limites do CCBB e alcança também o Centro Cultural dos Correios, que recebe parte do acervo dos fotojornalistas Luis Humberto e Orlando Brito, que têm uma participação importante nos registros da história do País. Ambos registraram fotos na ditadura que expressavam o cotidiano político brasileiro. Muitas dessas imagens foram censuradas e só mais tarde se tornaram conhecidas.
“Resistir é preciso” possibilita aos jovens conhecer melhor as lutas pela reconstrução democrática, ocorridas nas décadas de 1960 a 1980, incluindo as diversas correntes de oposição ao regime militar. A atuação da imprensa na clandestinidade, no exílio e nas bancas faz parte de um cenário pouco conhecido pelo público atual, apesar de ter cumprido um papel relevante durante todo o processo de redemocratização do País.
Após São Paulo, a mostra passará também pelo CCBB Rio de Janeiro, de 12 de fevereiro a 07 de abril, e CCBB Belo Horizonte, de 05 de agosto a 05 de outubro.
FICHA TÉCNICA
Concepção Geral: Instituto Vladimir Herzog
Curadoria Geral: Fabio Magalhães
Curadoria adjunta: Vladimir Sacchetta e José Luiz Del Roio
Coordenação de Produção: Ana Helena Curti – arte3 |assessoria produção e marketing cultural ltda
Projeto Expográfico: Pedro Mendes da Rocha – arte3
Projeto Multimídia: Estúdio Preto e Branco
Comunicação Visual: Chico Homem de Melo