É com grande preocupação que a Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores recebe a notícia de mais um adiamento do julgamento dos acusados do assassinato do radialista Valério Luiz.
Em mais uma manobra jurídica da defesa de Maurício Sampaio, acusado de ser o mandante do crime, os advogados se retiraram do plenário, impedindo a continuidade da sessão. Desta vez, a alegação foi de que o juiz Lourival Machado da Costa, responsável pelo caso, não é imparcial.
É a segunda vez em menos de dois meses que a defesa do acusado lança mão de uma manobra jurídica para protelar a decisão da Justiça. No dia 14 de março de 2022, Maurício Sampaio conseguiu adiar o julgamento minutos antes do início da sessão ao chegar ao tribunal sem defesa constituída. Agora, os novos advogados se retiraram do plenário alegando que o júri constituído não é competente.
O juiz Lourival Machado da Costa estabeleceu uma multa de cem salários mínimos para os advogados de Maurício Sampaio e marcou um novo júri para o próximo dia 13 de junho. Além disso, ficou determinado que caso a defesa do réu se recuse a participar ou não compareça à sessão marcada para o dia 13, a Defensoria Pública assumirá o caso e o julgamento ocorrerá normalmente.
A Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores repudia as manobras jurídicas que buscam única e exclusivamente a protelação do julgamento dos responsáveis pelo assassinato de Valério Luiz, e manifesta apoio a todos que estão diretamente envolvidos na luta por justiça deste caso emblemático na defesa da liberdade de expressão no Brasil, que em julho completa dez anos.