Opinião é do jornalista e escritor Jamil Chade, que mora na Europa há mais de vinte anos e esteve no Instituto Vladimir Herzog para compartilhar um pouco da experiência como correspondente internacional.
O jornalista Jamil Chade visitou o Instituto Vladimir Herzog (IVH) nesta quarta-feira, 19 de fevereiro, para compartilhar sua experiência como correspondente internacional com a equipe e alguns parceiros do IVH.
Radicado na Europa há duas décadas, Jamil já cobriu eventos em mais de 70 países. Atualmente, vive na Suíça e contribui regularmente com veículos internacionais como BBC, CNN, Al Jazeera, entre outros. É ainda autor de cinco livros, dois dos quais foram finalistas do Prêmio Jabuti.
Ao longo da carreira, Jamil tornou-se um especialista na cobertura de pautas ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU) e a articulações internacionais, que normalmente passam por Genebra. Isso, naturalmente, o coloca em contato direto com representantes de países de todo o mundo.
Para ele, nos últimos vinte anos, a imagem do Brasil nunca esteve tão arranhada quanto agora. Os recorrentes ataques de Jair Bolsonaro a determinadas questões, como a defesa dos direitos humanos e a preservação do meio ambiente, deixaram o país à margem do complexo sistema de relações internacionais diplomáticas e comerciais entre os países.
As questões ambientais, inclusive, têm ganhado bastante relevância em todo o mundo e, consequentemente, tornaram-se assunto constante nos espaços frequentados por Jamil. Para ele, esta é uma pauta que deveria ser defendida, sob suas diferentes perspectivas, por todos os países e cidadãos; e não apenas por alguns privilegiados.
Jamil ainda manifestou bastante preocupação com a tentativa dos Estados Unidos de redefinirem os conceitos de direitos humanos no mundo, conforme ele revelou em reportagem publicada na última terça-feira. Para ele, trata-se de uma iniciativa em estágio bastante avançado e é tarefa de todas as forças progressistas do mundo resistirem a este movimento.