17/02/2020

Instituto Vladimir Herzog lamenta a morte de Raphael Martinelli

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O Instituto Vladimir Herzog lamenta profundamente o falecimento de Raphael Martinelli, e presta solidariedade aos amigos e familiares deste que foi uma das maiores referências da luta por memória, verdade e justiça no Brasil.

Militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Martinelli foi um dos principais líderes sindicais do país. Durante a ditadura que aterrorizou o país entre 1964 e 1985, foi perseguido, preso e torturado. Ao lado de Carlos Marighella, foi um dos criadores da Ação Libertadora Nacional (ALN). Era, inclusive, o único integrante da ALN que ainda estava vivo.

No início da década de 80, participou ativamente da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT). Mais recentemente, colaborou com os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, instaurada em 2011 pela presidenta Dilma Rousseff para para investigar as graves violações de direitos humanos ocorridas durante o regime militar.

Martinelli foi ainda um dos fundadores do Núcleo de Preservação da Memória Política, criado em 2009 para promover políticas públicas referentes à memória e à defesa dos direitos humanos. Ao longo destes mais de dez anos de atuação, o órgão foi fundamental na tarefa de analisar os fatos históricos ocorridos durante a ditadura e suas consequências, cumprindo o objetivo de fortalecer a cultura democrática, promover a Educação em Direitos Humanos e a preservação dos lugares de memória.

Atualmente, era presidente da Liga Latino-Americana dos Irredentos, grupo de que promove o resgate e a socialização da memória das resistências populares em diversos países da América Latina.

Martinelli morreu aos 96 anos de vida, dos quais 70 foram dedicados, de forma incansável, à luta por justiça a todos aqueles que, como ele, sofreram com os crimes cometidos pelo Estado brasileiro contra seus cidadãos durante a ditadura militar.

Para nós do Instituto Vladimir Herzog – que também atuamos para recuperar a memória recente do país e responsabilizar aqueles que cometeram graves violações de direitos humanos no passado – a perda de Martinelli é desoladora, mas reforça ainda mais a importância do nosso trabalho e nos impulsiona a seguir lutando por um país mais justo e verdadeiramente democrático.

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