05/07/2010

Instituto Vladimir Herzog comemora um ano de existência juntando as mãos de público eclético

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Artigo escrito por Danielle Denny
Ligar erudito ao popular é desafiador, mas foi a receita de sucesso para estimular o pensamento sobre democracia, educação e felicidade. O concerto em homenagem ao Instituto aconteceu no sábado, dia 3 de julho, na Sala São Paulo.

Surpreendeu positivamente o caldo sincrético regido pelo maestro João Carlos Martins com a Filarmônica Bachiana SESI-SP, a bateria da escola de samba paulistana Vai-Vai, a cantora Fafá de Belém e o coral A Música Venceu (o mesmo que participou da interpretação da Nona de Beethoven no último capítulo da novela Viver a Vida). O espetáculo comemorou o primeiro ano de existência do Instituto Vladimir Herzog, na Sala São Paulo, sábado, 3 de julho de 2010, às 21horas.

A programação do Encontro Musical pela Educação, Cidadania e Felicidade começou com Intermezzo, de Pietro Mascagni, suave e bem de acordo com o início. Na sequência, a Sinfonia nº4 em fá menor, Op.36, I Andante sostenuto e Moderato con anima, de Tchaikovsky. Até esse ponto a Filarmônica Bachiana SESI-SP era regida pelo maestro João Carlos Martins.

Em Tributo a Ennio Marricone, João Carlos Martins assumiu o piano e interpretou a trilha do filme “Cinema Paradiso”, junto com a Filarmônica Bachiana SESI-SP, regido por Sergei Eleazar de Carvalho (filho de um dos mais notórios maestros brasileiros: Eleazar de Carvalho, responsável pela fundação da Orquestra Sinfônica Brasileira e da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo).

Na sequência, subiram ao palco Fafá de Belém e as crianças do coral A Música Venceu, da comunidade de Paraisópolis e Carapicuíba, que sob direção de Silvia Shuster, arranjo de José Antônio Almeida e regência de Sergei Eleazar de Carvalho, interpretaram Aprendizes da Esperança, de Kleitom Ramil e Beto Fogaça. João Carlos Martins voltou ao piano para todos juntos executarem a Melodia Sentimental de Heitor Villa-Lobos.

Em seguida Fafá de Belém cantou O Bêbado e a Equilibrista de João Bosco e Aldir Blanc, uma das músicas mais marcantes da época da ditadura em que há menção à Clarice, viúva de Vladimir Herzog (“Choram Marias e Clarices no solo do Brasil”).

A Bateria da Vai-Vai então veio a público para conferir uma poderosa batida popular às músicas seguintes que variaram desde a Sinfonia nº 5 em dó menor Op, 67 (I Allegro con brio) de Ludwig van Beethoven até o Hino Nacional Brasileiro.

Maior que o desafio de ornar esse caldo musical tão heterogêneo e de reger músicos com bagagens tão diferentes foi escolher um repertório que agradasse ao público díspare em termos de idade, gosto musical e origem.

Independentemente se conseguiu agradar a gregos e a troianos, o evento valeu também pela oportunidade de relembrar a história, homenagear a memória de Vladimir Herzog e, de certa forma, promover a construção da democracia. Afinal a cultura é ferramenta importante que pode ser usada para a integração social e, consequentemente, para o aprofundamento da democracia brasileira.

Danielle Denny é participante do Projeto Repórter do Futuro (saiba mais no site da Oboré – www.obore.com)

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