O Instituto Vladimir Herzog repudia veementemente a recente publicação do vereador Carlos Bolsonaro, que faz menção à tortura e tem um evidente cunho homofóbico.
A tortura é, como atestam legislações, tratados e convenções internacionais, uma das mais terríveis e abomináveis práticas da humanidade. Não por acaso, é objeto central do quinto artigo da carta magna dos direitos humanos – a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que em 2018 completa 70 anos:
“Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.”
É de se lamentar profundamente que uma prática que marcou o mais terrível período da história do nosso pais e representa uma das mais graves formas de degradação da integridade física e mental de qualquer indivíduo seja utilizada de forma tão natural e imprudente.
A manifestação torna-se ainda mais grave quando levamos em conta que ela parte do filho de um cidadão que, constantemente, faz apologia à ditadura militar e a torturadores que assassinaram e aterrorizaram a vida de milhares de brasileiros que, ainda hoje, lutam por justiça.
Disputa eleitoral ou ideológica nenhuma, por mais acirrada que seja, deve dar espaço a esse tipo de expressão que, no fundo, revela um preocupante avanço das forças conservadoras.
Por outro lado, isso desperta em nós do Instituto Vladimir Herzog – entidade que leva o nome de um jornalista brutalmente assassinado pela ditadura militar em decorrência de práticas de tortura – a mais determinada disposição em prosseguirmos nossa luta em defesa da justiça, da democracia e dos direitos humanos.
Exigimos que as autoridades responsáveis investiguem a perversa publicação do vereador. E que a resposta a essa conduta seja dada pela população nas ruas e nas urnas.