06/04/2017

Nota do IVH: Está triste ser humano

Compartilhar:

O paroxismo de comunicação que vivemos tem mil vantagens, mas ao mesmo tempo nos expõe diariamente a um desfile de maldades que parece não ter limites.

É um famoso ator de TV que ataca mulheres e depois, à guisa de se desculpar, joga a responsabilidade de sua atitude pessoal sobre a geração inteira.

É um deputado federal brasileiro que se refere a quilombolas em termos de gado a ser abatido.

São os incontáveis sírios que sofrem e morrem ao fugir do país aterrorizados por seu próprio governo.

Tudo isso em espaço de dias.

Agora, a demonstrar que a crueldade não tem limites, o regime de Bashar al-Assad, apoiado por Rússia e Irã, bombardeia com gás mortal a cidade de Khan Sheikhoun, em Idlib, no Norte da Síria, matando pelo menos 85 pessoas, entre as quais 20 crianças, asfixiadas.

E no entanto, em face a essa amargura toda, vítimas de cegueira moral ainda dizem que “direitos humanos são direitos de bandidos”. São bandidos as mulheres vítimas do assédio descarado de homens poderosos? São bandidos os quilombolas descendentes de escravos rebelados e ainda hoje marginalizados? São bandidos os adultos e crianças refugiados e agora assassinados na Síria?

Está muito triste ser humano e pertencer à mesma espécie que comete atos desse tipo no Brasil e no mundo. Por isso lutamos e lutaremos sempre para que a sociedade se engaje ativamente pela democracia, pelos direitos humanos e pela liberdade de expressão.

É o único caminho para redenção da humanidade.

Instituto Vladimir Herzog
06/04/2017

Compartilhar:

Pular para o conteúdo