29/05/2018

1º Grande Encontro das Comissões de Mediação de Conflitos: Respeitar é Preciso

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Na última terça-feira (22), das 8h às 13h30, a Secretaria Municipal de Educação, por meio da Divisão de Gestão Democrática e Programas Intersecretariais da Coordenadoria dos Centros Educacionais Unificados e da Educação Integral (SME-COCEU/DGP), em parceria com o Instituto Vladimir Herzog, realizou no auditório da Associação Paulista dos Cirurgiões Dentistas (APCD) o 1º Grande Encontro das Comissões de Mediação de Conflitos da Cidade de São Paulo: Projeto Respeitar é Preciso.

O encontro teve o objetivo de dialogar sobre os conceitos, princípios e ações das Comissões de Mediação de Conflitos (CMCs) e registrar e considerar as contribuições oferecidas pelas equipes gestoras e equipes das Diretorias Regionais de Educação (DREs) às ações na perspectiva do Currículo da Cidade e da Educação em Direitos Humanos.

Participaram do evento representantes titulares e suplentes da equipe gestora que coordena a Comissão de Mediação de Conflitos das unidades educacionais da Rede Municipal de Ensino e representantes dos grupos de mediação de conflitos das DREs.

Leandro Medina, contador de histórias (Foto: Gabriel Nascimento)

O contador de histórias Leandro Medina realizou a abertura do encontro. Em seguida, o coordenador da Coordenadoria Geral dos CEUs e da Educação Integral (COCEU), Rafael Palhares, comentou sobre a relação entre a aprendizagem e o conflito. “As aprendizagens estão intimamente ligadas aos conflitos de ideias e posições, e é por meio desses conflitos que acreditamos no avanço em relação à democracia, possibilitando vez e voz a todas as pessoas”, observou Rafael.

Para dar continuidade, o diretor executivo do Instituto Vladimir Herzog, Rogério Sottili, falou sobre a parceria entre o Instituto e as CMCs.

Rogério Sottilli, diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog (Foto: Roberto Tersi / SME)

“Para nós do Instituto Vladimir Herzog, a articulação entre o projeto Respeitar é Preciso! e a formação das Comissões de Mediação de Conflito é fundamental e extremamente adequada. Nós precisamos estar juntos, construindo valores como respeito, diversidade e a ocupação dos espaços para expressar a nossa cidadania no dia a dia nas escolas, para que a gente possa criar, respeitar e promover os direitos humanos, esclareceu Sottili.

O vereador e professor da Rede Municipal de Ensino, Paulo Fiorilo, responsável por apresentar o projeto de Lei nº 16.134, de março de 2015, que dispõe sobre a Comissão de Mediação de Conflitos (CMC) na Rede Municipal de Ensino, esteve presente no evento e, a convite do Secretário Municipal de Educação, Alexandre Schneider, subiu ao palco para falar algumas palavras sobre a importância do encontro. “É importante podermos dialogar em um momento em que a intolerância e o ódio, às vezes, se sobrepõem à razão e à racionalidade”, ressaltou Fiorilo.

Alexandre Schneider, secretário municipal de Educação (Foto: Gabriel Nascimento)

Em seguida, o secretário Municipal de Educação, Alexandre Schneider, comentou sobre algumas questões relevantes para a educação do município, entre elas, a mediação de conflitos.

“A escola traz para dentro dela todos os conflitos que existem na sociedade. O conflito não é algo necessariamente ruim. Mas a forma como lidamos com ele pode ser, como temos visto diariamente. Queremos formar pessoas que nos ajudem a construir uma sociedade mais tolerante, que respeite a diversidade de opiniões e escolhas e, sobretudo, em que as pessoas não se definam pela negação do outro, como é comum nos dias de hoje”, disse Schneider.

O secretário sinalizou ainda a continuidade de diretrizes e programas na SME, a despeito da troca de gestão. “Estamos revendo a portaria”, declarou, prometendo que haverá pontuação para os participantes das CMCs.

“Nós da educação abraçamos a questão dos Direitos Humanos até como reação a este momento tão triste”, afirmou, sendo aplaudido pelos convidados por sua fala, em defesa dos Direitos Humanos diante do cenário “de ódio e negação de direitos da atual conjuntura”.

Schneider citou ainda a construção do Currículo da Cidade como infensa às manifestações contra a inclusão da temática de gênero e identidade. “Não temos que ter medo de patrulha”, concluiu.

MESAS

Em seguida, foi composta a primeira mesa de abertura do evento, intitulada “Educação em Direitos Humanos, Educação Integral, o Currículo da Cidade de São Paulo e as Comissões de Mediação de Conflitos”.

Mesa “Educação em Direitos Humanos, Educação Integral, o Currículo da Cidade de São Paulo e as Comissões de Mediação de Conflitos” (Foto: Gabriel Nascimento)

Compuseram a mesa de abertura a Professora Doutora (USP) Daniele Kowalewski, que trouxe como temática a Educação em Direitos Humanos e a Professora Pós-Doutora (USP) Ana Paula Zampieri, que fez um percurso histórico da Educação Integral e trouxe práticas pedagógicas realizadas nas unidades escolares da Rede Municipal de Ensino e o Professor Doutor (PUC-SP) e Diretor do Núcleo Técnico de Currículo (NTC), Wagner Palanch, que apresentou princípios e bases utilizados para a construção do Currículo da Cidade de São Paulo. A mediação foi realizada pela Diretora da Divisão de Gestão Democrática e Programas Intersecretarias da SME, Lucilene Esperante Limp.

Depois das apresentações, foi exibido um vídeo institucional sobre o trabalho das Comissões de Mediação de Conflito.

Dando continuidade ao evento, a segunda mesa de debate, chamada “Mediação de Conflitos, Justiça Restaurativa e Escola na perspectiva da Educação em Direitos Humanos”, foi composta pelo Procurador do Município de São Paulo, Maurício Morais, falando sobre “Como fazer Mediação de Conflitos”, pelo Juiz do Tribunal de Justiça de São Paulo, Egberto de Almeida, que apresentou “Conceitos e Práticas da Justiça Restaurativa” e pela Mestranda em Educação e Coordenadora Pedagógica da Rede Municipal de Ensino, Lisandra Cortes, que apresentou relato de prática realizado na EMEF Irineu Marinho (DRE Ipiranga) sobre “Convivência na Escola: Mediação de Conflitos e a Educação para os Direitos Humanos”. A mediação foi realizada pela Coordenadora Educacional do Instituto Vladimir Herzog, Neide Nogueira.

Mesa “Mediação de Conflitos, Justiça Restaurativa e Escola na perspectiva da Educação em Direitos Humanos” (Foto: Gabriel Nascimento)

Após o término das apresentações, o público pôde fazer perguntas e realizar comentários sobre os temas apresentados.

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