17/06/2013

Repúdio conjunto às violências cometidas pela Policia Militar de São Paulo contra jornalistas

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As onze entidades voltadas para os direitos humanos e o livre exercício do jornalismo e da liberdade de expressão, reunidas no grupo Vlado Proteção aos Jornalistas, declaram seu repúdio conjunto às violências cometidas pela Policia Militar de São Paulo contra jornalistas que exerciam seu trabalho de cobertura das manifestações ocorridas na última quinta-feira na Capital paulista.

Além de endossar as notas de protesto individuais dessas entidades, desejamos, como grupo, potencializar este grito e unir nossas vozes para exigir das autoridades, em níveis federal, estadual e municipal, que ajam decisivamente para evitar que tais fatos voltem a ocorrer e para punir exemplarmente os responsáveis.

Toda violência é condenável. Mas os jornalistas que ontem sofreram tiros, socos, ponta-pés e golpes de cassetete foram vitimados por indivíduos que vestem a farda da PM de São Paulo – portanto são agentes do Estado, o que torna as violências que cometeram absolutamente inaceitáveis.

O Secretário da Segurança Pública do governo paulista afirmou que o papel da polícia é “inclusive garantir o direito de quem quer trabalhar”. Os jornalistas presentes às manifestações ali estavam a trabalho, para cumprir seu dever profissional. No entanto vários foram massacrados como se fossem inimigos.

Portanto, além do sofrimento pessoal a que foram submetidos pelas violências físicas que lhes foram infligidas, os jornalistas agredidos tiveram seu direito de trabalhar cerceado pela PM de São Paulo, ao contrário do que afirmou o Secretário.

Mais que isso: ao assim agir, esses agentes do Estado cercearam, pelo abuso, o direito da sociedade à informação jornalística.

Por tudo isso, como organizações que prezam os direitos humanos, a liberdade de expressão e de imprensa – e acima de tudo como cidadãos de uma democracia cuja defesa já custou inúmeras vítimas – exigimos que as autoridades, notadamente o governo de São Paulo, impeçam que tais fatos voltem a suceder e responsabilizem de maneira transparente e radical os agentes que cometeram os abusos da última quinta-feira, dando a público seus nomes e os dos comandantes que os autorizaram a assim agir.

Se esses homens não atuaram conforme os procedimentos determinados pelo comando da PM, que eles sejam punidos e que seus nomes sejam revelados. Ou então a sociedade saberá julgar que eles e suas ações na verdade correspondem à estratégia aceita e implementada pela Policia Militar do Estado de São Paulo.

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