Gratuito, evento acontece de 6 a 10/12 no CineSesc, Sesc Santo Amaro e plataforma Sesc Digital
Cinema, música e reflexão em torno do termo decolonização compõem a programação do 3º DH Fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos, que acontece gratuitamente de 6 a 10 de dezembro na cidade de São Paulo e na plataforma de streaming Sesc Digital, acessível em todo o país. A proposta do evento é divulgar e discutir, através de manifestações artísticas, as diversas temáticas relacionadas aos direitos humanos.
Decolonização é o tema geral da terceira edição do festival. Estão presentes filmes recentes brasileiros sobre Grande Otelo e Ruth de Souza, encontros discutindo a relações da terra com a identidade cultural e a criatividade de novas narrativas, além de uma performance do Bloco Afro Ilú Obá de Min como trilha sonora do filme clássico “A Paixão de Joana D’Arc”.
O evento celebra os 75 anos do Dia Internacional dos Direitos Humanos, estabelecido em 10 de dezembro, e é uma realização do Instituto Vladimir Herzog, Pardieiro Cultural e Sesc São Paulo.
A programação de abertura acontece no CineSesc, em 6/12, quarta-feira, às 20h00, com a exibição do longa-metragem “Othelo, o Grande”, premiado documentário ainda inédito no circuito comercial sobre a vida de Grande Otelo, um dos maiores atores e comediantes brasileiros.
Outras atividades presenciais têm lugar no Sesc Santo Amaro.
Em 7/12, quinta-feira, às 19h30, a roda de conversa “Terra: Antologia Afro-Indígena” discute as múltiplas relações da terra com a identidade cultural, a ancestralidade e os saberes tradicionais, a partir das perspectivas dos quilombos e dos territórios indígenas. O encontro reúne Makota Kidoialê, liderança do Kilombo Urbano e Candomblé Manzo Ngunzo Kaiango (MG), e Oreme Ikpeng, ativista indígena e conselheiro da Rede de Sementes do Xingu (MT). A mediação é da editora, pesquisadora e tradutora Fernanda Regaldo.
A projeção do longa-metragem “Diálogos com Ruth de Souza”, agendada para 8/12, sexta-feira, às 19h30, é seguida de debate com sua diretora, Juliana Vicente e a pesquisadora, roteirista e crítica de cinema Viviane Pistache. Vencedora do prêmio de melhor direção de documentário no Festival do Rio, a obra retrata a trajetória da atriz que é considerada como a primeira grande referência para artistas negros na televisão por seus papéis notáveis.
O Bloco Afro Ilú Obá De Min, uma das sensações do Carnaval de rua paulistano, empresta sua bateria composta por mulheres para compor ao vivo a trilha musical do longa “A Paixão de Joana D’Arc”, em 9/12, sábado, às 19h00. Dirigida em 1928 pelo cineasta Carl Theodor Dreyer, a obra é considerada um dos títulos mais importantes do cinema mundial. A proposta é criar uma dramaturgia nova para o filme a partir do som que desafia e reavalia as estruturas narrativas hegemônicas e o jogo de identidade cultural proposto neste encontro.
Já a conferência “Decolonizando Narrativas”, prevista para o último dia do festival, em 10/12, domingo, às 15h00, reúne duas reconhecidas autoras da literatura contemporânea brasileira, cujas obras incorporam o protagonismo de mulheres negras, mas também contribuições fundamentais sobre memória, história, identidade e cultura. Ana Maria Gonçalves, autora de “Um Defeito de Cor”, e a jornalista, doutora em ciência da informação e mestra em educação Bianca Santana discutem como a linguagem é um importante território de disputa. Em pauta, a força criativa de novas narrativas, que rompam com a lógica colonialista, eurocêntrica e patriarcal, pode reconfigurar este território, desestabilizando estruturas de poder.
Uma programação cinematográfica fica disponibilizada de forma online e gratuita durante o período do festival.
Um dos destaques é o longa-metragem “7 Cortes de Cabelo no Congo”, de Luciana Bezerra, Gustavo Melo e Pedro Rossi, vencedor do prêmio de melhor longa-metragem brasileiro no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. O documentário focaliza um pequeno salão de beleza no subúrbio carioca especializado em cortes afro. Nesse espaço, a República Democrática do Congo e o Brasil se reencontram com sua História em comum e seu responsável, acalenta e constrói seu sonho da revolução anti-imperialista junto à sua comunidade.
Completam a programação os curtas-metragens “Combustão Não Espontânea”, de Boni Zanatta, premiado no Curta Kinoforum – Festival Internacional de curtas de São Paulo; “Último Domingo”, de Renan Barbosa Brandão e Joana Claude, vencedor do prêmio do público no Curta Cinema – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro; “Vão das Almas”, de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape, eleito melhor filme no Festival de Triunfo (PE); e “Malunga”, de Gal Souza, que retrata a luta por liberdade da ativista negra Thereza Santos. Este último curta fica disponível apenas em 10/12.
PROGRAMAÇÃO
6/12, quarta-feira, às 20h00
CineSesc (entrada franca)
Cerimônia de abertura e exibição do filme “Othelo, o Grande”
6 a 10/12, quarta-feira a domingo
Sesc Digital (acesso gratuito)
Disponibilização dos filmes “7 Cortes de Cabelo no Congo”, “Combustão Não Espontânea”, “Último Domingo” e “Vão das Almas”
7/12, quinta-feira, às 19h00
Sesc Santo Amaro (entrada franca)
Roda de conversa “Terra: Antologia Afro-Indígena”
8/12, sexta-feira, às 19h00
Sesc Santo Amaro (entrada franca)
Exibição do filme “Diálogo com Ruth de Souza”, seguida de debate com Juliana Vicente e Viviane Pistache
9/12, sábado, às 19h00
Sesc Santo Amaro (entrada franca)
Exibição do filme “A Paixão de Joana D’Arc” com trila musical ao vivo pelo bloco Ilú Obá De Min
10/12, domingo
Sesc Digital (acesso gratuito)
Disponibilização do filme “Malunga”
10/12, domingo, às 15h00
Sesc Santo Amaro (entrada franca)
Conferência “Decolonizando Narrativas”
Serviço
3º DH Fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos
De 6 a 10 de dezembro de 2023 (quarta-feira a domingo)
Grátis
Realização
Instituto Vladimir Herzog
Pardieiro Cultural
Sesc São Paulo
Locais
CineSesc – Rua Augusta 2075, Cerqueira César – São Paulo
Sesc Santo Amaro – Rua Amador Bueno 505, Santo Amaro – São Paulo
Plataforma Sesc Digital