24/11/2022

Instituto Vladimir Herzog pede que seleção brasileira se manifeste pelo respeito aos Direitos Humanos na estreia da Copa

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Foto: Wesley Fávero/Unsplash

Hoje, quinta-feira (24), o Brasil faz sua estreia na 22ª Copa do Mundo e, como milhões de brasileiros, o Instituto Vladimir Herzog também está na torcida pelo hexa. Contudo, é impossível não nos preocuparmos com o que esta edição do torneio representa para a luta contra as violações dos Direitos Humanos.

Cultura e religião não devem ser critérios para a não garantia de direitos fundamentais e universais. É notório e sabido que sob a batuta dos bilhões de dólares envolvidos, manifestações são proibidas de chegarem aos gramados por decisão da própria Fifa, que determinou sanções esportivas para as seleções que protestarem contra as leis anti-LGBTQIA+ do país. Isso indica uma postura no mínimo contraditória para uma entidade que, em seu estatuto, se diz comprometida com o respeito, a promoção e a proteção dos Direitos Humanos.

Ultrapassando a categoria esportiva, a Copa é o maior evento realizado em nível mundial. Assim, o que poderia ser o privilégio de uma vitrine para a promoção do respeito e da garantia aos Direitos Humanos, tem sido na realidade um mau exemplo de promoção do silenciamento e da censura. É inaceitável que tenhamos de conviver com tais práticas nos dias de hoje, sobretudo em um cenário global de ameaça à democracia.

As discussões sobre o Qatar não começaram na semana passada. Desde 2010, quando foi anunciado que o país sediaria o campeonato, ecoam críticas à decisão, embasadas no histórico de desrespeito aos Direitos Humanos – sobretudo os direitos de mulheres, imigrantes e população LGBTQIA+ – que o país apresenta.  

Dessa forma, a Fifa deveria ter o compromisso de não somente garantir o direito à manifestação em prol da garantia de direitos, mas agir a partir deste evento de alcance inigualável na história da humanidade, pela conscientização e garantia de direitos, promovendo um mundo mais justo e democrático para todas as pessoas. 

O Instituto Vladimir Herzog espera que a Seleção Brasileira, respeitada mundialmente pela sua história, ecoe os valores democráticos que temos lutado bravamente para consolidar e se manifeste ao longo do torneio da Copa e não seja proibida pela Fifa por seu comprometimento nessa luta.

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