06/08/2015

Prêmio de jornalismo destaca grandes reportagens produzidas por jovens estudantes

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Os estudantes de jornalismo tiveram um espaço privilegiado de debates durante do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. A “renovação do jornalismo” foi o tema da mesa que contou com a presença de vencedores da edição de 2014 do Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, criado em 2009 pelo Instituto Vladimir Herzog.

Experiências como as da estudante Paloma Rodrigues, que investigou o peso econômico e social das pensões pagas pelo governo a militares da reserva ligados à ditadura, foram debatidas por alunos e professores que se inscreveram para acompanhar o debate. Paloma enfatizou a oportunidade de realizar uma grande reportagem – algo que ela nunca tinha feito antes – além da chance de lidar com o imprevisível. “Muita coisa mudou no meio do caminho e você precisa estar preparado para o que pode acontecer”, disse.

Mesmo num congresso pautado pela troca de experiências entre profissionais mais velhos, envolvidos em cobertura de grande envergadura, como a Lava Jato e fraudes no financiamento da educação, há espaço para a troca de experiências dos que estão começando agora na profissão. A curadora do prêmio, Ana Luisa Gomes, ressaltou a importância de ter “um painel onde eles (estudantes) possam contar suas experiências e o aprendizado que tiveram”.

A professora Alice Mitika, o diretor executivo do IVH Nemércio Nogueira, o jornalista Paulo Nogueira e a curadora do PJJ Ana Luisa Zaniboni acompanharam a mesa com os estudantes
A professora Alice Mitika, o diretor executivo do IVH Nemércio Nogueira, o jornalista Paulo Nogueira e a curadora do PJJ Ana Luisa Zaniboni acompanharam a mesa com os estudantes

Uma característica do prêmio é a experiência de tentativa e erro, com o apoio de tutores e professores que acompanham os alunos durante todo o processo de apuração da reportagem. “Eu me sinto outra pessoa, outra jornalista depois do prêmio”, disse Paloma.

“Nós tivemos que lidar com coisas com as quais nós não tínhamos tido contanto até então na faculdade. Isso nos amadureceu antes e depois da realização da pauta. Mudou o que nós achamos que é um jornalista”, disse Suria Moustapha, autora de um documentário sobre prisões de índios na ditadura. “O fazer jornalístico se aprende na prática. Eu aprendi um pouco como ser repórter. Aprendi a ser menos ingênuo por achar que era bom e que tudo que me entregam é bom”, disse Gabriel Azzi Collet, co-autor de uma das pautas finalistas da primeira fase do prêmio no ano passado.

Neste ano, o concurso está em sua 7ª edição. O edital foi aberto no dia 2 de abril, e os finalistas foram divulgados em junho. O tema foi “Desafios da Liberdade Expressão no Cenário dos Direitos Humanos: Retratos no Brasil de Hoje”. Ao todo, 232 estudantes inscreveram trabalhos.

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