Neste domingo (21), durante partida do campeonato La Liga com o Real Madrid e Valência, o atacante Vinicius Jr. foi, mais uma vez, vítima de ataques racistas em campo.
O jogador, indignado com as manifestações de ódio dos torcedores rivais, foi contido com um golpe de enforcamento e expulso do jogo.
A punição da vítima se repetiu quando o presidente de La Liga, Javier Tebas Medrano, o criticou por injuriar o campeonato.
Vinicius Jr. se manifestou em suas redes sociais afirmando que o racismo é normalizado pela La Liga e incentivado pelos adversários.
Apesar deste campeonato ser chancelado por instituições como a Federação Espanhola de Futebol, UEFA e Fifa, se trata de uma competição nacional autônoma cujo presidente deve ser cobrado e responsabilizado por tais atos.
Para o Instituto Vladimir Herzog é inadmissível que Vinicius Jr., em posição de vítima, seja culpabilizado quando denuncia o racismo vivido em campo e fora dele também. Não podemos aceitar que mais este crime passe pela história impunemente, assim como tem sido, considerando outros nove casos oficiais de racismo contra o jogador desde 2021.
O racismo e outras formas de discriminação crescem em grau de violência e rotina no esporte, em especial no futebol, e têm sido vergonhosamente tolerados ou amenizados pelas autoridades.
Vale destacar que na última edição da Copa do Mundo repudiamos a Fifa por coibir protestos contra violações de direitos humanos no Catar. É inaceitável que casos assim sigam acontecendo em grandes eventos esportivos sem providências efetivas.
Por isso, apoiamos medidas como a do Ministério da Igualdade Racial do governo brasileiro, que condenou o episódio racista e notificará as competências espanholas sobre o ocorrido, assim como o convite do Itamaraty à embaixadora da Espanha no Brasil, Mar Fernández-Palacios, para que dê explicações sobre o caso e tome as medidas adequadas.
O futebol e o esporte têm papel fundamental na construção de uma sociedade justa e igualitária, livre dos crimes raciais, de ódio e intolerância. E a responsabilidade das instituições competentes deve ser parte desta transformação. O Instituto expressa toda solidariedade a Vinicius Jr.
