O presidente Michel Temer deu posse nesta sexta-feira, 3 de fevereiro, à desembargadora aposentada Luislinda Valois como nova ministra dos Direitos Humanos. Antes de assumir a pasta, ela ocupava a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Ministério da Justiça.
Luislinda Dias de Valois Santos nasceu em Salvador, na Bahia, em 1942. Filha de uma lavadeira, de um motorneiro de bonde, e neta de um escravizado, teve uma infância pobre. Com a morte precoce de sua mãe, ajudou a cuidar dos irmãos e, por isso, formou-se em Direito na Universidade Católica de Salvador aos 39 anos de idade.
Tornou-se juíza em 1984, e nunca dispensou o uso de colares de candomblé em suas audiências. Foi autora da primeira sentença de condenação por racismo no país, em 1993. Criou, em 2003, o projeto “Balcão de Justiça e Cidadania”, para resolução de conflitos em áreas pobres de Salvador.
Ao empossar Luislinda Valois, Michel Temer afirmou que a questão “aflige a todos neste momento”, não somente no Brasil, mas também no plano internacional. Como exemplo, citou a situação dos refugiados de guerra e os direitos das minorias.
Ao empossar Luislinda Valois, Michel Temer afirmou que a questão “aflige a todos neste momento”, não somente no Brasil, mas também no plano internacional. Como exemplo, citou a situação dos refugiados de guerra e os direitos das minorias.
Em 2009, publicou, pela editora Juruá, o livro O negro no século XXI. Em 2011, foi promovida, por antiguidade, a
desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), aposentando-se alguns meses depois. No mesmo ano foi premiada com a Camélia da Liberdade, em reconhecimento a personalidades que promovem ações de inclusão social de afrodescendentes.
Em 2012, tomou posse na Academia de Letras José de Alencar, em Curitiba, no Paraná, ocupando a Cadeira nº 6. Além disso, no mesmo ano, recebeu o título de embaixadora da paz da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2013, entrou na carreira política ao filiar-se ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
O Ministério dos Direitos Humanos foi criado no governo da ex-presidenta Dilma Rousseff. Em 2015, em uma das reformas ministeriais realizadas em sua gestão, Dilma fundiu a pasta com outras duas e criou o Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. Assim que assumiu, ainda como presidente interino, Temer extinguiu a pasta e transferiu as responsabilidades para o Ministério da Justiça que, na ocasião, passou a ser Ministério da Justiça e Cidadania.
Temer explicou que o ministério foi recriado porque o tema ultrapassou “as fronteiras de cada país”. “Por isso que resolvemos recuperar o ministério com o título Direitos Humanos, para onde trouxemos a desembargadora Luislinda Valois”, finalizou.