O documentário mostra a luta da família de Assange pela liberdade do jornalista
Como parte de uma série de visitas a diversos estados brasileiros, John Shipton, pai de Julian Assange, participou da pré-estreia do filme Ithaka: a Luta de Assange, em São Paulo, na noite da segunda-feira (28).
O evento contou com a participação de jornalistas, comunicadores e integrantes de movimentos sindicais. A equipe de Jornalismo e Liberdade de Expressão do Instituto Vladimir Herzog esteve presente na sessão.
Após a exibição do filme, houve um debate com o pai de Assange mediado pela jornalista Natália Viana, fundadora da Agência Pública, e Rodolfo Avelino, pesquisador no Laboratório de Tecnologias Livres (LabLivre). Shipton agradeceu o engajamento de políticos e da sociedade civil latina pela libertação de Assange.
Ithaka conta os bastidores da busca da família de Assange pela liberdade do jornalista, preso em Londres desde 2019, quando a embaixada do Equador na Inglaterra o entregou à polícia local. Responsável pela divulgação de documentos secretos sobre a ocupação estadunidense no Afeganistão e participação do país na Guerra no Iraque, o fundador do Wikileaks corre risco de ser extraditado para os Estados Unidos, onde terá que responder por 18 acusações de espionagem e poderá ser condenado a até 175 anos de prisão.
No último dia 27 o governo brasileiro publicou nota de apoio à família de Assange, após receber seu pai, John Shipton no MDHC (Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania). Em nota, a pasta afirma que “Em tempos em que o conceito de liberdade vem sendo cinicamente manipulado por grupos de extrema direita – a liberdade descomprometida totalmente da solidariedade –, a defesa da liberdade de Julian Assange e a defesa da liberdade de imprensa, pelo contrário, assumem seus sentidos genuínos e plenos. Trata-se da liberdade associada totalmente à responsabilidade social, no caso, de trazer à tona informações relevantes e de interesse público a diversos países.”
Em nota, o IVH manifestou a importante contribuição de Assange “para o avanço do conhecimento e da proteção do direito à informação. Denunciou mentiras, desmascarou falsos heróis, desvendou tratativas escusas entre governos. Comprovou denúncias de execução e tortura de prisioneiros e de jornalistas.”
John Shipton termina sua série de visitas pelo Brasil em Recife, no dia 31 de agosto.