Por unanimidade, a Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo indicou, no dia 25 de junho, o jornalista Vladimir Herzog ao título de Doutor Honoris Causa in memoriam. A honraria, segundo o Estatuto da USP, é concedida a personalidades que tiveram contribuição notável “para o progresso das ciências, letras ou artes; e aos que tenham beneficiado de forma excepcional a humanidade, o País, ou prestado relevantes serviços à Universidade”.
De acordo com o site da ECA, a indicação é iniciativa do Conselho do Departamento de Jornalismo e Editoração (CJE), onde Vlado foi professor de Jornalismo Televisivo em 1975.
“Em função da atuação de Herzog enquanto jornalista comprometido com a comunicação pública e o direito à informação de qualidade, bem como com os direitos e a formação de jornalistas, tanto enquanto reconhecimento profissional, como também por uma política de memória e verdade defendidas pela USP para promoção da democracia, entendemos que Vladimir Herzog faz jus ao recebimento do título de honoris causa in memoriam pela Universidade de São Paulo”, declarou o professor Wagner Souza e Silva, chefe do departamento, em reunião da Congregação que aprovou a indicação.
A proposta será avaliada pelo Conselho Universitário da Universidade, responsável pela decisão final, e sua aprovação depende do voto favorável de dois terços dos conselheiros.
50 anos por Vlado
Em 25 de outubro de 1975, Vladimir Herzog foi torturado e assassinado por agentes da ditadura militar após comparecer espontaneamente ao DOI-CODI de São Paulo para prestar depoimento sobre suas ligações com o Partido Comunista Brasileiro. Na época, ele atuava como Diretor de Jornalismo na TV Cultura e professor voluntário na ECA-USP. O crime teve grande repercussão e foi um dos marcos da derrocada da ditadura e da luta por democracia.
Para marcar os 50 anos da morte de Vlado, o Instituto Vladimir Herzog e outras organizações realizam, ao longo de 2025, uma série de ações em homenagem ao jornalista. Saiba mais aqui.