Depois do sucesso em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, “Resistir É Preciso…” leva a Belo Horizonte a história da imprensa durante o regime totalitário no Brasil
Vista por mais de 300 mil pessoas durante as temporadas no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, a exposição Resistir é Preciso… chega ao Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte. Idealizada pelo Instituto Vladimir Herzog, a mostra permanece na capital mineira de 21 de maio a 28 de julho e reúne obras de arte, cartazes, fotografias e depoimentos em vídeo sobre a resistência da imprensa contra a ditadura no Brasil. A exposição é organizada em parceria com o Ministério da Cultura e Banco do Brasil, com apoio do BNDES e dos Correios e tem entrada gratuita
A mostra no Centro Cultural Banco do Brasil exibirá um expressivo conjunto de obras de arte e documentos históricos que mostram a voz ativa da classe artística brasileira contra o regime vigente. Há, inclusive, uma “linha do tempo” contando a história da resistência desde a instauração da ditadura, em 1964, até a eleição indireta de Tancredo Neves, em 1985. Neste período, muitos intelectuais, artistas, sindicatos, estudantes e diversos setores da sociedade civil lutaram pelo restabelecimento da democracia no Brasil.
A coleção de Alípio Freire, jornalista e ex-preso político, integra a exposição e reúne obras de artistas plásticos como Sérgio Freire, Flávio Império, Sérgio Ferro e Takaoka, produzidas no período de cárcere no presídio Tiradentes, em São Paulo. A mostra traz também criações de Rubem Grilo, ilustrador de publicações como Movimento, Opinião e Pasquim, todas da década de 1970.
Imagens feitas pelos fotojornalistas Luis Humberto e Orlando Brito também fazem parte do acervo da exposição, com fotografias que expressam o cotidiano político do país durante a ditadura militar, integrando uma parte importante dos registros históricos brasileiros. Muitas destas fotos foram censuradas e só mais tarde tornaram-se conhecidas.
“Resistir é preciso…” possibilita aos jovens conhecer melhor as lutas pela reconstrução da democracia, ocorridas entre as décadas de 1960 a 1980, assim como as diversas correntes de oposição ao regime militar. A atuação da imprensa na clandestinidade, no exílio e nas bancas faz parte de um cenário pouco conhecido pelo público atual, apesar de ter cumprido um papel fundamental durante todo o processo de redemocratização do país.