Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Mais de 140 organizações, entre elas o Instituto Vladimir Herzog, lançaram no dia 25 de maio uma carta pela adaptação climática e que reivindica ações por parte do Estado brasileiro no combate ao racismo ambiental.
De acordo com o documento, somente em 2022, mais de 500 pessoas morreram direta ou indiretamente em decorrência dos impactos dos grandes volumes de chuvas no Brasil, que afetam principalmente áreas periféricas e territórios tradicionais. Assim, a crise climática é também humanitária, impactando diretamente a vida de populações negras, quilombolas e indígenas.
Parte da campanha Adaptação Antirracista, o documento cobra do poder público e do setor privado políticas climáticas e urbanas antirracistas que sejam também imediatas, concretas e estruturais. Segundo o texto, tais políticas precisam priorizar áreas que estão em risco, considerando conhecimentos e soluções gerados a partir do território e fatores de perdas e danos para os grupos afetados.
Uma vez que atividades empresariais também podem contribuir para eventos climáticos extremos, as empresas devem adotar práticas responsáveis para com o meio ambiente e a sociedade, e ser investigadas e responsabilizadas caso cometam ilegalidades.
”Não é aceitável que haja mobilização somente nos momentos de tragédia, deixando de lado a obrigação legal de garantir uma abordagem sistêmica das ações de prevenção, mitigação, preparação, reparação, resposta e recuperação em desastres, com participação das populações mais afetadas, em especial a população negra periférica”, diz um trecho do documento.