08/02/2021

Ana Maria Tahan

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A pergunta feita foi: em que circunstâncias você assinou o documento? Por intermédio de quem o recebeu, onde trabalhava, que idade tinha etc.

Ana Maria Tahan

Eu estava revendo a lista daqueles que assinaram o manifesto. Tantos se foram. Tantos mudaram. Muitos talvez hoje não assinassem mais. Relembrei tantos fatos e acontecimentos de antes e depois. Revi sentimentos e ativei lembranças. Fui, na época, atingida pelo assassinato do Vlado. Não o conhecia, mas era uma jornalista no início da profissão. Desprezava a ditadura e a censura. Tinha de ir e fui ao ato ecumênico. Cobri todas as investigações posteriores sobre o crime contra ele. Falei com a Clarice Herzog e seus advogados várias vezes. Com alguns desses advogados estabeleci uma ótima relação profissional. Os fatos de ontem têm de ser sempre revistos, especialmente diante do ambiente político que vivemos hoje. São um alerta para que fiquemos sempre atentos. Não podemos baixar a guarda nunca pela democracia e tudo que ela embute: ética, direitos humanos, respeito às diferenças… Vlado não ficou no passado. É um alerta eterno para o presente. Sem democracia não há futuro!

8/2/2021.

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