A pergunta feita foi: em que circunstâncias você assinou o documento? Por intermédio de quem o recebeu, onde trabalhava, que idade tinha etc.
Aluizio Maranhão
Tinha 26 anos, era repórter da revista Química e Derivados, uma das publicações chamadas de “técnicas” da Editora Abril. Trabalhava na sucursal do Rio, que ficava no prédio da Mesbla, na rua do Passeio. Lá também estava Ancelmo Gois, que era de Máquinas e Metais, deste mesmo grupo de revistas, reunidas na AbrilTec, com a Exame. Ancelmo me falou do manifesto e eu o assinei. Tempos inseguros. Depois foi ficando claro que o assassinato do Vlado era parte da reação dos “porões” contra o projeto de abertura de Geisel e Golbery, que não eram democratas, mas ao menos queriam restabelecer a hierarquia nas Forças Armadas, o que poderia ser um ganho. Na época a minha intenção era ajudar numa ampla demonstração de repúdio à violência do Estado. Uma espécie de “basta”. O manifesto estava neste contexto político.
28/8/2020.