Inciativa leva o nome de Tim Lopes, repórter da TV Globo assassinado em 2002 no Rio de Janeiro, enquanto gravava uma matéria.
Revelar os bastidores de crimes contra jornalistas e dar continuidade às investigações. Este é o objetivo do projeto Tim Lopes, lançado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) durante o 12º Congresso Internacional promovido pela entidade neste ano.
“A partir de agora, quando um jornalista for assassinado em qualquer lugar do Brasil, no exercício da profissão, a Abraji financiará a organização de um pool de repórteres de diversos veículos, que irão ao local com as missões de escrever sobre a morte daquele jornalista e dar continuidade a sua investigação. Os repórteres que participarem deste projeto levarão crachá com sua identificação de repórter e também do projeto. A ideia é que todo mundo na cidade saiba, naquela hora, que o Tim chegou”, disse Thiago Herdy, presidente da Abraji.
O projeto leva o nome de Tim Lopes, repórter da TV Globo assassinado no Complexo do Alemão, subúrbio do Rio de Janeiro, em 2002, enquanto gravava imagens de um baile promovido por traficantes de drogas.
A iniciativa foi idealizada pelo jornalista Marcelo Beraba, ex-presidente da Abraji. De acordo com a associação, quatro casos emblemáticos deram início às investigações e a expectativa é de que o projeto continue, conforme surjam novas ocorrências.
Segundo a Abraji, outro propósito da iniciativa Tim Lopes é buscar compreender o que de fato aconteceu no local, em toda a sua complexidade. Herdy explica que, além de contar a história do crime contra o jornalista, os enviados darão continuidade à investigação que aquele repórter estava conduzindo, para que ninguém imagine que, matando um profissional, vai conseguir calar o jornalismo.
“Quando você mata um jornalista, não está matando só o sujeito, está matando a sociedade, porque ele estava ali em nome da sociedade, em busca do interesse público e da verdade dos fatos”, disse Herdy.