Mike Lanchin usou o seu programa de rádio Witness para contar a história de Vladimir Herzog, a partir de uma entrevista com o seu filho mais velho Ivo, que tinha apenas 9 anos no ocorrido. “Eu costumo dizer que até a sua morte, nós éramos apenas crianças normais, costumávamos brincar, éramos inocentes perante as coisas que aconteciam ao nosso redor”, Ivo conta no começo da reportagem.
Era outubro de 1975 e Ivo estava dormindo no dia do ocorrido, no Rio de Janeiro, “eu não vi o meu pai sair de casa no sábado de manhã, eu acho que ele saiu bem cedo. Eu só ouvi falar dele no dia seguinte.” Foi a mãe das crianças que contou o ocorrido para eles, que não entenderam exatamente o que significava, “você sabe que é verdade, mas não quer acreditar que seja”, explica Ivo.
Ele sentiu a pressão de ser o mais velho de seus irmão e a responsabilidade de cuidar da sua família e tentou se manter no controle para confortá-los. Por ser uma criança, ninguém explicou exatamente o que aconteceu e Ivo não entendia o cenário em que o Brasil estava, nem a esfera política em que estava inserido.
Lanchin explica brevemente a história de como Vladimir Herzog foi assassinado antes de passar 24h em custódia e como sua morte foi oficialmente relatada como suicídio por enforcamento, mesmo com os claros sinais de tortura que indicavam outras causas. “Sua morte tornou-se um símbolo da brutalidade do regime militar”, afirma o jornalista, que defende a ideia de que esse foi um passo importante para a jornada de redemocratização do Brasil.
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