A pergunta feita foi: em que circunstâncias você assinou o documento? Por intermédio de quem o recebeu, onde trabalhava, que idade tinha etc.
Sinval Medina
Parabéns pela iniciativa de reedição do livro Dossiê Herzog, um documento que não pode ser esquecido pelas atuais gerações, que não viveram, como nós, a opressão e a violência da ditadura militar.
Em janeiro de 1976 eu tinha 32 anos. Depois de ter sido cassado como professor da Escola de Comunicações e Artes da ECA/USP (abril de 1975), trabalhei como noticiarista na Rádio Difusora de São Paulo e, em seguida, entrei no setor de Projetos Especiais das Revistas Femininas da Editora Abril por indicação de Celso Kinjô e Luís Laerte Fontes. Na época, todas as redações da Abril (aí incluídas Veja e Realidade) funcionavam no prédio da Gráfica, na Marginal do Tietê. Pelas mãos de Audálio Dantas (que ainda era repórter de Realidade) e outros colegas o manifesto circulou pelas redações. Assinei na hora. A adesão entre os jornalistas da Abril foi praticamente unânime.
Não cheguei a conhecer o Vlado pessoalmente, mas minha companheira, Cremilda Medina, trabalhou com ele na TV Cultura na época do assassinato. Ela também é signatária do manifesto.
10/10/2020.