O Instituto Vladimir Herzog manifesta profunda indignação pelo brutal assassinato de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, espancado e morto por seguranças do supermercado Carrefour, na noite desta quinta-feira, 19/11, em Porto Alegre. Esse ato criminoso na véspera do Dia da Consciência Negra aumenta sobremaneira nosso pesar e nossa indignação.
Homem negro, João Alberto foi mais uma vítima do abominável racismo, essa chaga aberta que marca a sociedade brasileira. O brutal homicídio de João Alberto guarda muita semelhança com o assassinato de George Floyd, nos EUA, que mobilizou protestos em todo o mundo sob clamores de que “vidas negras importam”. Casos como de George Floyd acontecem no Brasil com uma frequência devastadora, estatísticas comprovam que a cada 23 minutos, um jovem negro é morto neste país.
Exigimos a imediata responsabilização não somente dos dois seguranças do Carrefour que perpetraram esse homicídio, como também da própria rede de supermercados que, diga-se de passagem, já teve casos semelhantes de violência e agressões contra cidadãos negros em seus estabelecimentos.
É absolutamente urgente e incontornável que o Carrefour também seja responsabilizado e se comprometa com o fim da discriminação e violência contra indivíduos negros em sua rede. Para isso, é necessário investir em processos de capacitação de seus funcionários em Direitos Humanos e elaboração de protocolos e medidas para que situações como essas não voltem a ocorrer.
Sobretudo, a máxima prioridade nesse momento é que o Carrefour deva prestar todo apoio à família e oferecer a devida indenização, ainda que nada repare a dor imensa dessa perda.
Por fim, expressamos aqui nossa total solidariedade à família de João Alberto Silveira Freitas e exigimos justiça! Vidas negras importam.