Meus amigos,
Não podemos deixar de nos manifestarmos diante da tragédia do cartunista Glauco e seu filho.
Vivemos em meio a essa violência que parece não ter limites.
Claro que aqui falamos de uma pessoa conhecida, querida, talentosa, criativa. Precisaríamos a cada instante manifestar nossa indignação diante de cada momento triste desse tipo, de cada anônimo vítima dessa doença social, a violência que coloca um indivíduo contra o outro, como numa guerra sem controle. É claro que a sociedade quer ser protegida, é preciso reprimir com a força do estado, essa onda que parece incontrolável e sem fim. Mas é claro também que é preciso pensar em que tipo de sociedade vivemos, uma sociedade que cultiva o individualismo, onde os outros são nada mais que objetos de caça, em que parece ser mais fácil assaltar do que construir uma vida justa.
São palavras jogadas sem controle, num momento em que me sinto, certamente como muita gente, chocado com mais essa tragédia tão perto de nós.
Um grande abraço
João Batista de Andrade (cineasta, conselheiro do Instituto Vladimir Herzog)