22/05/2018

Nota do IVH: Um jornalista de convicção

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Alberto Dines, que nos deixou hoje, viveu 86 anos sem abrir mão de suas convicções pessoais, profissionais e políticas. Ao longo da rica trajetória jornalística que construiu, sofreu demissões e foi preso pela ditadura que se instalou em 1964, porque, tanto frente a empresas jornalísticas, em questões de trabalho, como ao enfrentar o totalitarismo governamental, em face da censura e de violências antidemocráticas, sempre manteve a coluna ereta, sem dobrar-se.

O brilho de Dines iluminou os vários importantes veículos por onde passou – grandes publicações jornalísticas impressas, televisão e diversos livros, entre eles um estudo sobre ações da Inquisição no Brasil e em Portugal. E durante vários anos produziu matérias críticas sobre o jornalismo, publicadas em jornais e revistas e na TV, coroadas com o Observatório da Imprensa.

Para nós, do Instituto Vladimir Herzog e da Comissão Organizadora do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, foi uma alegria termos tido o prazer de atribuir um Prêmio Especial por sua trajetória profissional a Alberto Dines, na 34ª edição dessa distinção, em 2012, entregue pela então ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário.

Na mesma data, ao lado de Clarice Herzog, Audálio Dantas, Juca Kfouri e Lucio Flávio Pinto – este também premiado – Alberto Dines descerrou, no palco do evento realizado no Tuca, uma obra criada por Kiko Farkas (“Verdade”), para celebrar a emissão, no mesmo ano, do atestado de óbito corrigido de Vladimir Herzog, que comprova oficialmente ter sido ele torturado e assassinado pela ditadura.

À vida e à memória de Alberto Dines, nossa sentida homenagem. E que sua carreira e a força de suas convicções inspirem os atuais e futuros jornalistas.

Instituto Vladimir Herzog
22 de Maio, 2018

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