06/11/2015

Sindicato dos Jornalistas presta homenagem a Vladimir Herzog e reativa cineclube histórico

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Ainda como parte do ato, sindicato fez uma placa em homenagem a Vlado e aos demais jornalistas presos pelo regime; cineclube que marcou resistência à ditadura terá sessão de inauguração em 24/11

Os 40 anos do assassinato de Vladimir Herzog foram relembrados em um ato público realizado na noite do último dia 27 de outubro, no auditório que leva o nome do jornalista, dentro do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, no centro da capital paulista.

O evento contou com a presença de comunicadores que foram presos pelo regime militar e de Audálio Dantas, que presidia a entidade à época do ocorrido.

Como parte da manifestação, foi distribuída uma edição histórica reimpressa do informativo “Unidade”, que denunciou a morte de Vlado pelos militares. No telão aparecia a seguinte mensagem: “Para celebrar a luta dos jornalistas contra o arbítrio, pela defesa dos direitos humanos, das conquistas trabalhistas, da liberdade de imprensa e relembrar a memória de Vladimir Herzog, símbolo desta luta, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo presta aqui sua homenagem”.

Segundo André Freire, secretário geral do sindicato, no momento em que Herzog foi morto, havia nas celas do DOI-CODI onze jornalistas detidos: Anthony de Christo, Diléa Frate, Fred Pessoa, George Duque Estrada, Luis Paulo Costa, José Vidal Pola Galé, Marinilda Marchi, Paulo Markun, Ricardo de Moraes Monteiro, Rodolfo Konder  e Sérgio Gomes.

Freire explicou que a data de 27 de outubro foi escolhida para a manifestação, pois neste dia, há 40 anos, os jornalistas reunidos no Sindicato determinaram que o auditório de sua sede passaria a se chamar Vladimir Herzog, em homenagem ao colega assassinado.

Amadeu Mêmolo, presidente da Associação Paulista dos Jornalistas Veteranos, também fez um pronunciamento em homenagem a Vladimir Herzog e entregou ao representante do IVH uma carteira de associado de Vlado, ampliada e emoldurada, com prazo de validade “ad eternum”. Ainda como parte do ato, o sindicato produziu uma placa em homenagem a Vlado e aos demais jornalistas presos pelo regime. A placa foi afixada no auditório, ao lado do quadro “25 de Outubro”, de Elifas Andreato, após breves palavras de alguns dos profissionais que estiveram encarcerados.

Cineclube
Após quase trinta anos de inatividade, o cineclube Vladimir Herzog voltará a exibir filmes históricos que retratam a realidade brasileira. Nos debates após os filmes, essa realidade será discutida, criticada e tomada como ponto de partida para ações concretas em defesa do Estado de Direito e do Estado Democrático.

O cineclube Vladimir Herzog teve um papel importantíssimo na resistência à ditadura e na luta pela redemocratização do país. Filmes como “O Homem que Virou Suco” chegaram a um imenso público a partir de sessões realizadas no auditório Vladimir Herzog.

A primeira sessão pública  da reativação do cineclube será no dia 24 de novembro, a partir das 19h, com um documentário sobre Vladimir Herzog. A segunda sessão também já tem data marcada e trará Carlos Marighela em um documentário, no dia 8 de dezembro.

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