19/03/2025

Instituto Vladimir Herzog realiza seminário sobre ditadura militar e resistência democrática

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O Instituto Vladimir Herzog, com apoio da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo e do Centro Maria Antônia, realizará no dia 04 de abril o seminário “Memória dos 60 anos da ditadura e lutas democráticas da sociedade civil”. Com palestrantes do cenário acadêmico e político, o evento acontecerá das 10h30 às 17h45 no Centro Universitário Maria Antônia, em São Paulo. Para participar, basta preencher o formulário de inscrição.

A efeméride dos 60 anos do golpe militar no Brasil e dos 10 anos de entrega dos relatórios finais da Comissão Nacional da Verdade (CNV) abriram uma janela de oportunidade que permite tratar sobre as cicatrizes ainda abertas da ditadura e que reverberam na política nacional contemporânea, como visto recentemente nos atos golpistas de 08 de janeiro de 2023. A partir dessas datas emblemáticas, o seminário tem como objetivo promover reflexões acerca dos impactos do golpe de 1964 no pós-redemocratização e do legado da CNV, fomentando diálogos entre acadêmicos, especialistas, ativistas e o público geral. 

As três mesas do evento discutirão as formas de resistência democrática às violações de direitos humanos e os avanços e desafios na busca por verdade, justiça e reparação às vítimas da ditadura e da violência estatal nos dias atuais. Por fim, o seminário será uma oportunidade para preservar a memória histórica e cultural do Brasil, garantindo que as violações dos direitos democráticos não sejam aceitas e repetidas.

Programação

Credenciamento – 9h30

Fala de abertura – 10h30

Mesa 1: Democracia sem Justiça de Transição? A Comissão Nacional da Verdade e os 60 anos do golpe – 10h45 até 12h15

  • Palestrantes
    • Rosa Cardoso (Comissão Nacional da Verdade)
    • Lucas Pedretti (Historiador – IESP/UERJ)
  • Mediação
    • Maria Pia (UNB)


Mesa 2: Mulheres que Lutam por Memória, Verdade, Justiça e Reparação – 14h até 15h30

  • Palestrantes
    • Miriam Duarte (Pedagoga – AMPARAR)
    • Cristina Quirino (Movimento de Familiares das Vítimas do Massacre em Paraisópolis)
    • Marta Costta (Mãe e ativista por Memória, Verdade e Justiça. Sobrinha de Helenira Resende)
  • Mediação
    • Aymê Brito (Instituto Azmina)


Mesa 3: Quem Conta Nossas Histórias? Cultura e Memória em Disputa – 16h até 17h30

  • Palestrantes
    • Marcelo Ridenti (Sociólogo – Unicamp)
    • Erica Malunguinho (Educadora e artista plástica – USP)
    • Juliana Vicente (Cineasta e fundadora do Preta Portê Filme)
  • Mediação
    • Lorrane Rodrigues (Historiadora – IVH)

Palestrantes

Rosa Cardoso: Criminalista, professora de Direito Penal, Metodologia e Ciência Política (UFSC  e UFF) e membro da Comissão Nacional da Verdade e da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro.

Lucas Pedretti: Historiador, doutor em sociologia e pesquisador de pós-doutorado no IESP/UERJ. Professor de História do ensino básico. Coordenador-executivo da Coalizão Brasil por Memória, Verdade, Justiça e Reparação. Editor do portal História da Ditadura. Autor de “Dançando na mira da ditadura: bailes soul e violência contra a população negra nos anos 1970” (Arquivo Nacional, 2022) e “A transição inacabada: direitos humanos e violência de Estado na redemocratização” (Companhia das Letras, 2024).

Maria Pia Guerra: Professora da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília. Foi Consultora do PNUD para a Comissão de Anistia. Autora de diversos artigos e livros, incluindo Polícia e Ditadura: a arquitetura institucional da segurança pública de 1964 a 1988 (2015). 

Miriam Duarte Pereira: Pedagoga e mestre Gestão de Políticas Públicas (UFABC). Co-Fundadora da Amparar, presidente do CEDECA Sapopemba, membro da Frente Estadual Pelo Desencarceramento, membro da Agenda Nacional pelo Desencarceramento e membro da Red Internacional Mujeres Familiares de Personas Privadas de la Libertad (RIMUF).

Cristina Quirino: Mãe do adolescente Denys Henrique Quirino da Silva, uma das 9 vítimas do Massacre no Baile da DZ7. Integrante do Movimento de Familiares das Vítimas do Massacre de Paraisópolis. Pesquisadora do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF). Ativista de Direitos Humanos.

Marta Costta: Mãe, ativista por igualdade racial, integra a luta por Memória, Verdade e Justiça no grupo de familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, Coalizão por Memória, Verdade, Justiça, Reparação e Democracia, Filhos e Netos por Memória VJ. Sobrinha de Helenira Resende Souza Nazareth. É também especialista em elaboração e gestão de projetos e captação de recursos.

Aymê Brito: Cientista social formada pela USP, pesquisadora em gênero, raça e violência de estado, militante do Movimento Mandela Free e gerente de audiência no Instituto AzMina.

Marcelo Ridenti: Professor titular de Sociologia na Unicamp. Autor de vários livros, como O segredo das senhoras américas (2022). Brasilidade revolucionária (2010), Em busca do povo brasileiro – artistas da revolução (2ª. ed. 2014), e O fantasma da revolução brasileira (2ª. ed. 2010), todos publicados pela editora Unesp, além do romance histórico Arrigo (Boitempo, 2023).

Erica Malunguinho: É uma educadora, artista plástica e ativista brasileira, mestra em Estética e História da Arte pela Universidade de São Paulo (USP). Em 2016, Erica fundou o quilombo urbano Aparelha Luzia, local de valorização da cultura preta. Em 2018, foi eleita deputada estadual por São Paulo, tornando-se a primeira pessoa trans a ocupar um cargo de Deputada no Brasil.

Juliana Vicente: é diretora, roteirista, produtora e fundadora da Preta Portê Filmes. Criadora e diretora da série Afronta!, atualmente disponível na Netflix, iniciou sua carreira com o curta Cores e Botas. Integrou o grupo do Berlinale Talents (2015), no Festival de Berlim, mesmo ano em que foi premiada com a coprodução A Terra e a Sombra, no Festival de Cannes. Realizou o clipe Marighella, dos Racionais MCs, melhor Clipe do Ano no VMB 2012. Dirigiu a 13º temporada da série “Espelho”, de Lázaro Ramos. Em 2020, a convite do Instagram, realizou a direção geral da campanha pró diversidade para a plataforma com o documentário “Viva Nossa Voz”, uma produção da Preta Portê Filmes. Em 2022, lança dois longas metragens: o documentário Diálogos com Ruth de Souza e o documentário “Racionais: Das Ruas de São Paulo pro o Mundo”.

Lorrane Rodrigues: Historiadora e mestra em História Cultural pela UNIFESP. Trabalha e pesquisa a  temática de “Violência de Estado na América Latina e movimentos de mães”. Atualmente está como coordenadora da área de memória, verdade e justiça do Instituto Vladimir Herzog.

Serviço

Seminário “Memória dos 60 anos da ditadura e lutas democráticas da sociedade civil”

Data: 04 de abril de 2025

Horário: 10h30 às 17h45 (credenciamento a partir das 9h30)

Local: Centro Universitário Maria Antônia (Rua Maria Antônia, 294, Vila Buarque – São Paulo/SP)

Inscrição: Via formulário

Realização: Instituto Vladimir Herzog, com apoio da Secretaria de Justiça e Cidadania e o Centro Maria Antônia

Assessoria de imprensa: Agência Kubix – Antônio Sales ([email protected]) e Ana Paula Lima ([email protected])

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