14/05/2015

Segundo dia de seminário terá Glenn Smith, jornalista detentor do Prêmio Pulitzer e Tracy Robinson, relatora da OEA

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Na última sessão do evento será assinado um documento que sintetizará as questões apresentadas no seminário e as ações a serem adotadas

Jornalista e editor de projetos especiais do jornal “The Post and Courier” (EUA), Glenn Smith irá abrir a programação do segundo dia do 1º Seminário Internacional Cultura da Violência contra as Mulheres. Smith acaba de receber o Prêmio Pulitzer – um dos mais renomados do jornalismo mundial – pela série “Till Death Do Us Part”, que trata dos feminicídios na Carolina do Sul em decorrência da violência doméstica e da omissão do Estado. As reportagens tiveram ampla repercussão e produziram impactos positivos sobre as mentalidades e práticas das autoridades locais. No Seminário, irá ministrar uma palestra sobre o papel da mídia na desconstrução da cultura de violência contra as mulheres.

Para dialogar sobre a questão, estarão presentes Roz Hardie, CEO da Object, organização feminista do Reino Unido; Guilherme Canela, assessor de comunicação e informação da Unesco para o Mercosul e China; além de Beatriz Accioly, pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre Marcadores Sociais da Diferença do Departamento de Antropologia da FFLCH/USP.

A palestra final traz o tema “Por uma Cultura de Respeito aos Direitos Humanos das Mulheres” e será ministrada por Tracy Robinson, relatora sobre os Direitos das Mulheres da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos). Também será apresentada pesquisa realizada pelo “Énóis Inteligência Jovem”, com meninas de 14 a 24 anos, sobre violência contra as mulheres e a desigualdade de gênero.

O último painel apresenta os desafios para mudar a cultura da violência contra as mulheres com diálogo entre Aparecida Gonçalves, secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Ela Wiecko, subprocuradora-geral da República; Leila Linhares Barsted, representante brasileira no MESECVI (Mecanismo de Seguimento da Convenção de Belém do Pará); Silvia Pimentel, integrante do Comitê de Acompanhamento da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (Cedaw) da ONU; e Letícia Cufré Marchetto, pesquisadora da Universidad Veracruzana (México).

Na sessão final do Seminário, as pessoas e organizações presentes irão aprovar e assinar o documento “DIGA NÃO À CULTURA DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES”, que sintetizará as questões apresentadas e as ações a serem adotadas para o enfrentamento da violência contra as mulheres. O documento será compartilhado internacionalmente por meio da mídia e das redes sociais e entregue a todos os setores e níveis do governo brasileiro e dos organismos internacionais.

Veja abaixo um perfil de todos os participantes do segundo dia do 1º Seminário Internacional Cultura da Violência contra as Mulheres:

Glenn Smith é jornalista e editor de projetos especiais do jornal “The Post and Courier” (EUA), que acaba de receber o Prêmio Pulitzer pela série “Till Death Do Us Part” sobre os feminicídios na Carolina do Sul em decorrência da violência doméstica e da omissão do Estado. As reportagens publicadas tiveram ampla repercussão e produziram impactos positivos sobre as mentalidades e práticas das autoridades locais. Nomeado Jornalista do Ano da Carolina do Sul em 2012, foi três vezes agraciado com o National Headliner Awards, uma vez com o George Polk Award, dois com o Taylor-Tomlin Awards for Investigative Reporting e uma com o prêmio New England Associated Press Newspaper Executive Association´s Public Service.

Roz Hardie é CEO da Object, organização não-governamental feminista do Reino Unido que promove uma campanha permanente para desconstruir o sexismo e a cultura de objetificação das mulheres e adolescentes na mídia. Fundada em 2003, a premiada organização combina lobby político e campanhas sociais, tendo conseguido promover mudanças de legislação no país em prol dos direitos das mulheres. Roz Hardie tornou-se CEO da organização após atuar por mais de 25 anos em entidades da sociedade civil, promovendo melhorias em serviços de atendimento às mulheres.

Guilherme Canela é assessor de comunicação e informação da Unesco para o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e Chile. Formado em relações internacionais pela Universidade de Brasília (UnB), tem mestrado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP). Foi membro titular do Grupo de Trabalho do Ministério da Justiça constituído para subsidiar a regulamentação da classificação indicativa da programação de TV e pesquisador associado do Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política da UnB. Foi consultor de pesquisa do Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente e também do Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo. Coordenou a área de pesquisa de mídia e jornalismo da ANDI – Comunicação e Direitos.

Beatriz Accioly é pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre Marcadores Sociais da Diferença do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP) e especialista em violência contra as mulheres na internet. Formada em Ciências Sociais pela USP, é mestre em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da USP e doutoranda em Antropologia Social no mesmo programa. Atualmente investiga questões referentes a internet, violência e gênero, desenvolvendo uma pesquisa sobre a pornografia de vingança. Realiza outros estudos nas áreas de antropologia social e cultural, atuando principalmente com os seguintes temas: gênero, direito, violência, leis, acesso à justiça e suas interseções com os marcadores sociais da diferença (sexualidade, raça e classe).

Tracy Robinson é relatora sobre os Direitos das Mulheres da Inter-American Commission on Human Rights (IACHR) da Organização dos Estados Americanos (OEA). Foi consultora para agências internacionais como Unicef e Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher e assessora de governos do Caribe em assuntos ligados à legislação de gênero e direitos da infância, entre outros. É advogada e leciona Gênero e Direito, Direito Constitucional e Direitos Humanos no Caribe anglófono na University of the West Indies (Mona, Jamaica). Publicou artigos sobre diversos temas, incluindo gênero, direitos LGBT, direitos sexuais, assédio sexual e direitos da infância. É graduada em Direito pela University of the West Indies, em Direito Civil pela Oxford University e tem mestrado pela University of Yale.

Jacqueline Pitanguy é socióloga e cientista política. Coordenadora executiva da ONG Cepia – Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação, que participou ativamente do consórcio de organizações da sociedade civil que elaborou a primeira proposta de criação da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), considerada uma das legislações mais avançadas no mundo para enfrentamento à violência doméstica e familiar contra as mulheres. É também membro do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM). Foi professora de Sociologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e professora na Rutgers University (Nova Jersey, EUA), onde ocupou a cátedra Laurie New Jersey. É cofundadora e foi diretora executiva do Fórum da Sociedade Civil nas Américas. Foi ainda cofundadora da Comissão de Cidadania e Reprodução (CCR) e indicada para o Prêmio Nobel da Paz de 2005, no projeto Mil Mulheres. Formada em Ciências Sociais pela Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, tem mestrado pelo Instituto de Sociologia da Universidade Católica do Chile e doutorado em Ciências Políticas pela Universidade de São Paulo (USP). É autora de inúmeros livros e artigos sobre a situação das mulheres no Brasil e no mundo, como “O Que é Feminismo”, em coautoria com a feminista Branca Moreira.

Ela Wiecko é vice-procuradora-geral da República e professora da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB), onde coordena o Grupo Candango de Criminologia, que realiza pesquisas sobre o sistema de justiça brasileiro, bem como o Moitará – Grupo de Pesquisa em Direitos Étnicos. É graduada em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e tem mestrado em Direito Público pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutorado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Membro do Ministério Público Federal, exerceu as funções de procuradora federal dos Direitos do Cidadão, coordenadora das 5ª e 6ª Câmaras de Coordenação e Revisão e corregedora geral. Atualmente é coordenadora do Comitê Gestor de Gênero e Raça do Ministério Público Federal e da 1ª Câmara de Coordenação e Revisão.

Aparecida Gonçalves é secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República do Brasil (SPM-PR). Ativista do movimento de mulheres e do movimento feminista, é especialista em gênero e violência contra a mulher. Iniciou sua militância nos movimentos populares, em que coordenou o processo de articulação e fundação da Central dos Movimentos Populares no Brasil. Entre 1999 e 2000 foi assessora técnica e política da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Mulher no Governo do Mato Grosso do Sul (MS) e assessora da Coordenadoria de Atendimento à Mulher da Secretaria de Estado de Assistência Social Cidadania e Trabalho, de 2001 a 2002. Como secretária nacional de Enfrentamento à Violência, está à frente das políticas públicas brasileiras nessa área desde a criação da SPM-PR em 2003.

Silvia Pimentel é, desde 2005, a representante brasileira no Comitê de Acompanhamento da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (Cedaw), da ONU. É professora doutora de Filosofia do Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) e diretora do Instituto para Promoção da Equidade (IPÊ). Ativista do movimento feminista desde 1979, é cofundadora de várias ONGs no Brasil – como a Frente de Mulheres Feministas, Comissão de Cidadania e Reprodução, Instituto para a Promoção da Igualdade – e de redes internacionais, como o IWRAW-International Women’s Rights Action Watch e Cladem – Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos das Mulheres. É autora de diversos artigos e publicações.

Leila Linhares Barsted é advogada, pesquisadora e coordenadora da ONG Cepia – Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação. Teve participação destacada no consórcio de organizações e juristas que atuaram na formulação da Lei nº 11.340/2006, a Lei Maria da Penha – reconhecida internacionalmente como uma das mais avançadas legislações de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra as mulheres no mundo. Atualmente é a representante brasileira no MESECVI – o Mecanismo de Acompanhamento da Implementação da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará) da OEA. Integra também o Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM) e é autora de inúmeras pesquisas e publicações, como a obra Instrumentos Internacionais de Proteção aos Direitos Humanos.

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