Com atuação em todos os nove estados do Nordeste, o Fórum PerifaPAC é uma iniciativa que articula lideranças comunitárias, ativistas e comunicadores populares na luta por justiça climática e políticas públicas verdadeiramente inclusivas. A iniciativa é essencial em um Brasil que ainda insiste em invisibilizar suas margens. O projeto é realizado com apoio do Instituto Vladimir Herzog e busca incidir sobre o eixo “Cidades Sustentáveis e Resilientes” do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal.
Governança participativa como motor de mudança
Mais do que uma articulação política, o PerifaPAC é um convite à transformação do modo como se pensa a participação popular na administração pública. O projeto foi concebido para estimular o engajamento das periferias no debate sobre políticas públicas, com atenção especial às urgências trazidas pelas mudanças climáticas. A iniciativa também conta com parceria do Instituto Clima e Sociedade (ICS).
Por meio de oficinas, formações e capacitações, os participantes passam a atuar de forma ativa e crítica, fiscalizando a aplicação dos recursos públicos e defendendo seus direitos. Essa construção coletiva se torna, assim, uma ferramenta concreta de governança participativa, onde as periferias deixam de ser apenas alvo das decisões para se tornarem protagonistas na formulação de soluções.
Quem compõe o PerifaPAC?
O fórum é composto voluntariamente por comunicadores populares, ativistas ambientais, defensores de territórios, professores e lideranças periféricas de comunidades tradicionais, quilombos, aldeias indígenas e centros urbanos negligenciados. Acompanhe a lista completa:
Alagoas
Arthur Vieira– Comunicador popular e integrante do Coletivo SIV – Som, Imagem e Voz.
Eloisa Graciliano– Ativista na defesa dos direitos das juventudes periféricas e indígenas.
Wanessa Oliveira– Ativista com trajetória em jornalismo digital e comunicação comunitária.
Bahia
Júlia Mabel – Ativista climática e integrante do movimento Pretas Pelo Clima
Paulo de Almeida – Comunicador e membro da Agência de Notícias das Favelas.
Vanessa Da Silva – Ativista do Movimento Negro Evangélico (MNE) e do Nós na Criação.
Ísis Fernanda – Ativista climática e integrante do Engajamundo.
Ceará
Carlos Dias – Integrante do Grupo de Valorização Negra do Cariri (GRUNEC) e do Projeto Oliveira’s.
Dalest– Afroempreendedor, mobilizador social e Idealizador da Soulest, um espaço criativo na Praia da Leste.
Andréia Lopes – Arteeducadora, cientista ambiental e integrante da Crauá Coletiva Ambiental.
Maranhão
Eanes da Cruz – Comunicadora Popular e correspondente da Rede de Notícias da Amazônia.
Amanda Tupinambá – Integrante da Teia de Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão, articuladora da Rede de Proteção a Jornalistas e Comunicadores.
Rafaella Campos – Defensora dos Direitos Humanos e integrante da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos.
Ayslyana Campos – Ativista ambiental e integrante do GT de Juventude da RAMA (Rede de Agroecologia do Maranhão).
Paraíba
Vitor Potiguara – Integrante do Coletivo APAîÉ, ativista climático e defensor do território.
Thalita Dantas – Ativista ambiental e Diretora Executiva da Minha Jampa.
Fred Karakará – Militante do movimento indígena, ambientalista e estudantil.
Diego Sousa – Educador ambiental e integrante do Instituto ECCUS.
Pernambuco
Sarah Marques– Co-fundadora do Coletivo Caranguejo Tabaiares Resiste e integrante da Rede por Adaptação Antirracista.
Neto Lira– Comunicador popular e integrante do Coletivo Força Tururu.
Joyce Paixão– Coordenadora territorial da Rede de Governança para Enfrentamento ao Racismo Ambiental e presidenta da Associação Gris Espaço Solidário.
Maria Rocha– Pesquisadora, produtora cultural e defensora de território da Comunidade do Bode.
Piauí
Khalil Leal – Integrante do Laboratório Espaços Urbanos da Universidade Federal do Piauí.
Arthur Pedrosa– Integrante do Coletivo Ambiental Itararé.
Jackeline Cardoso– Ativista e integrante do Laboratório de Espaços Urbanos da UFPI.
Rio Grande do Norte
Hyally Carvalho – Participa do Engajamundo, Nordeste pelo Clima e do Movimento dos Atingidos pelas Renováveis.
Marcelange Brito– Ativista do Fórum de Mulheres do RN.
Ana Luiza– Ativista socioambiental e professora do Departamento de Geografia da UERN.
Vanessa Simões – Ativista da Amélias – Mulheres do projeto popular.
Sergipe
Cristiane Nogueira – Integrante do Instituto de Preservação da Natureza Canto Vivo.
Vitor Batista – Professor de Biologia e ativista ambiental.
Raphaella Ribeiro – Ativista socioambiental, bióloga e analista ambiental.
Do território para a política
A coordenadora do projeto é Ellen Pimentel, Flora Rodrigues é assessora de articulação regional e Waneska Viana é assessora pedagógica. O trabalho do grupo tem como horizonte a produção de um dossiê regional, reunindo diagnósticos, prioridades e estratégias elaboradas coletivamente. Esse material deverá servir como instrumento de pressão junto ao poder público e ferramenta para captação de recursos que viabilizem a implementação das ações locais
A proposta do PerifaPAC vai além da denúncia: ele atua com formação, mobilização e produção de planos de ação nos territórios.
Cada estado está elaborando documentos estratégicos que, segundo Ellen, “vão servir para captar recursos, provocar governos e mostrar que a sociedade civil está de olho e fiscalizando”.
Esses planos locais comporão um grande dossiê do Nordeste, que servirá como instrumento de pressão e referência para políticas públicas. A ideia é mostrar tanto os desafios específicos (como a falta ou o excesso de água, impactos de energia eólica, entre outros) quanto às soluções propostas pelas comunidades.
Além de mobilizar vozes historicamente silenciadas, o PerifaPAC também atua como espaço formativo. Por meio de capacitações, os participantes ampliam seu preparo para exercerem um papel ativo na fiscalização de políticas públicas e na defesa de direitos ambientais e sociais. A proposta é consolidar um modelo de governança participativa em que as comunidades periféricas possam influenciar diretamente os rumos das políticas públicas em seus territórios.
Acompanhe as redes do PerifaPAC para conhecer mais sobre os territórios, os ativistas e as propostas por uma adaptação climática justa no Nordeste brasileiro.