O Instituto Vladimir Herzog (IVH) apoia o movimento SP é Solo Preto e Indígena que pretende conscientizar a população sobre o apagamento das populações negras e indígenas na construção da história e dos territórios de São Paulo.
O movimento cobra das e dos gestores públicos o comprometimento com políticas realmente antirracistas e exige a substituição de nomes de algozes da escravidão e genocidas negros e indígenas das ruas, monumentos e estátuas da cidade.
Assim como as e os ativistas envolvidos nesta iniciativa, o IVH entende que tal substituição se trata de uma reparação histórica e de uma valorização das memórias negras e indígenas, ações necessárias para que São Paulo deixe de ser conhecida pelo viés escravocrata e eugenista, e literalmente incorpore a justiça racial em seus territórios.
O movimento é fruto do Projeto de Lei 47/2021 de autoria da vereadora do PSOL Luana Alves, e inspirado em iniciativas semelhantes surgidas em todo o mundo que se fortaleceram especialmente após o assassinato de George Floyd. Em nível estadual, vale também destacar o PL 404/2020 da deputada Erica Malunguinho.
Leia um trecho do parecer técnico elaborado pelo Instituto Vladimir Herzog sobre o tema:
O passado colonial escravocrata inegavelmente faz parte da história do país, e marcou de forma profunda toda a sociedade brasileira. Portanto, não devem permanecer reverenciados e como referências positivas em lugares de destaque dos nossos espaços públicos, sendo urgente políticas públicas para enfrentar a permanência dessa violência simbólica nos territórios da cidade. Os monumentos e espaços públicos constituem, afinal, elemento importante da formação de identidades e da constituição da memória coletiva e individual.