Há momentos da vida em que não dá para se omitir. Aquele foi um deles. Todos nós sabíamos, no ambiente de Redação, que o Herzog tinha sido assassinado. Quando surgiu a ideia de assinar o manifesto, não tive dúvidas. É algo que me orgulha profundamente. Eu tinha 27 anos, apenas entrando no meu sexto ano de jornalismo, em plena ditadura e com a presença diária de censores na Redação da Folha da Manhã, antigo jornal de Porto Alegre, mas não tive dúvidas em assinar.
Não lembro mais como a lista surgiu, de quem foi a iniciativa, mas tínhamos um ambiente crítico e politizado na época e não podíamos nos omitir. Aliás, as redações eram assim naquela época, com raras exceções. Muito críticas, muito participativas. É uma lembrança do passado que volta para me deixar orgulhoso, de ter o nome nesta lista de 1.004 jornalistas brasileiros. Não me perdoaria se não tivesse assinado.
12/10/2020.