A pergunta feita foi: em que circunstâncias você assinou o documento? Por intermédio de quem o recebeu, onde trabalhava, que idade tinha etc.
José Augusto Duarte Bezerra
Não lembro das circunstâncias nem de quem me falou pela primeira vez do documento. Na ocasião, eu tinha 29 anos e trabalhava no departamento de jornalismo da TV Tupi [São Paulo]. Nós, jornalistas, tínhamos conhecimento da farsa em curso montada pelos militares e civis a serviço da ditadura para acobertar o assassinato de Herzog. Era dever de ofício, além de imperativo da consciência de cada um de nós, fazer algo para denunciar publicamente o crime (e, por extensão, os demais atos criminosos cometidos anteriormente pela ditadura) e exigir justiça. Por isso, assinei o manifesto.
9/2/2021