Ao menos cinco jornalistas foram alvo de agressão e hostilidade nos últimos dois dias em Brasília.
Na noite da quarta-feira (11.mai.2016), a repórter Paula Froes, da revista AzMina, foi atacada por um policial militar quando cobria a repressão a um protesto a favor de Dilma Rousseff na noite de quarta. Ela flagrou em fotografia o momento em que o spray de pimenta era disparado em sua direção.
Já na manhã de quinta-feira (12.mai.2016), o repórter Marcelo Cosme, da Globo News, foi hostilizado por militantes quando acompanhava Dilma Rousseff no trajeto entre o palácio e o local onde falaria ao público. Embora o cinegrafista Wesley Araruna tenha tropeçado e caído, Cosme considerou a situação “normal” para uma cobertura tumultuada.
Momentos depois, enquanto entrevistava Jacques Wagner, a hostilidade recomeçou e ganhou força. Encurralados entre uma grade e um espelho d´água e temendo que a escalada verbal se transformasse em agressão física, repórter e cinegrafista conseguiram passar à área reservada a Dilma após alguma negociação com a segurança. Mas manifestantes tomaram o microfone de Cosme e também um dos cabos que Araruna carregava. O microfone foi encontrado depois.
Mais tarde, a produtora da TV Globo Roniara Castilho foi agredida. Ela e a repórter Zileide Silva se dirigiam, sob orientação da equipe do Planalto, para a área externa do palácio para acompanhar o segundo discurso de Dilma. Mas o local indicado para as repórteres estava cercado por militantes, que passaram a hostilizá-las. Quando retornavam para a área restrita, Roniara foi atingida por um chute.
A Abraji repudia todas as agressões a jornalistas. O trabalho da imprensa é arma poderosa de toda sociedade que zela pela democracia. Que autoridades identifiquem e punam os autores das agressões – policial e manifestantes.
Diretoria da Abraji, 12 de maio de 2016