A jornalista palestino-americana Shireen Abu Akleh foi morta com um tiro na cabeça na última quarta-feira, 11 de maio, durante operação do Exército de Israel na Cisjordânia. Correspondente da Al Jazeera e veterana da profissão, Shireen estava com um colete que a identificava como jornalista.
O Instituto Vladimir Herzog encara o episódio como mais um grave ataque ao jornalismo, à liberdade de expressão e ao direito à vida e à segurança nos territórios palestinos ocupados pelo Exército de Israel.
Trata-se de um crime gravíssimo, que afeta o direito à liberdade de expressão em todo o mundo e que deve ser investigado minuciosamente, de maneira transparente, rigorosa e independente.
O conflito armado que vitimou Shireen se insere em um contexto muito mais amplo, de ameaças globais à liberdade de expressão, que inclui, entre outros elementos, o caos informacional com um espaço digital globalizado e desregulamentado, que promove informações falsas; e os sistemáticos ataques à imprensa por parte de governos autoritários, como no Brasil.
Trata-se, portanto, de um período histórico extremamente preocupante para a defesa e o fortalecimento deste direito absolutamente fundamental para o bom funcionamento do regime democrático.
Por isso, é prioritário que organismos internacionais, em especial a Organização das Nações Unidas (ONU), atuem para garantir a celeridade e o rigor necessários das autoridades responsáveis pela investigação do assassinato de Shireen Abu Akleh.