07/02/2017

Inimigo da ditadura, Dom Hélder Câmara faria 108 anos neste mês

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“Se dou pão aos pobres, todos me chamam de santo. Se mostro por que os pobres não têm pão, me chamam de comunista e subversivo”, costumava dizer Dom Hélder Câmara, nascido em 7 de fevereiro de 1909 e que hoje completaria 108 anos de vida.

Câmara foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que teve importante papel de enfrentamento à ditadura militar brasileira. Graças a esse trabalho, foi elevado ao título de bispo da igreja católica, em 1952, tornando-se o secretário geral dessa organização. Em 1964, ele se tornaria arcebispo de Recife e Olinda.

Dias depois do golpe, Dom Hélder divulgou um manifesto apoiando a ação católica operária no Recife. O novo governo militar o acusou de demagogo e comunista, e ele foi proibido de se manifestar publicamente. Com a implantação do Ato Institucional Nº 5 (AI-5), em 1968, por incomodar muito os militares, passou a ser considerado pelos agentes do governo como um “morto-vivo”. Os meios de comunicação não podiam falar sobre ele, nem publicar nada que mencionasse seu nome. O arcebispo estava proibido até de frequentar as universidades do país.

Dom Hélder Câmara ao lado de Dom Paulo Evaristo Arns

Porém, Dom Hélder nem sempre foi um homem progressista. Na década de 1930, aproximou-se da luta política da Ação Integralista Brasileira (AIB). Com o tempo, foi percebendo que o integralismo apoiava regimes extremamente violentos, como o fascismo e o nazismo. Quando pessoas importantes resolviam sair do movimento integralista, eram perseguidas e algumas eram mortas. O próprio padre Hélder, após sair do partido, passou a ser perseguido e precisou fugir para não ser mais uma vítima.

Em 1972 foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz. Dom Hélder se aposentou em 1985, tendo organizado mais de 500 comunidades eclesiais de base. No final da década de 1990, lançou a campanha “Ano 2000 Sem Miséria”. Morreu em 27 de agosto de 1999.

Para saber mais sobre a história de Dom Hélder Câmara e de outros personagens que lutaram contra a ditadura, visite o portal Memórias da Ditadura – uma iniciativa do Instituto Vladimir Herzog para divulgar a História do Brasil no período de 1964 à 1985 junto ao grande público, em especial à população jovem.

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