01/02/2021

Eliane Cantanhêde

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A pergunta feita foi: em que circunstâncias você assinou o documento? Por intermédio de quem o recebeu, onde trabalhava, que idade tinha etc.

Eliane Cantanhêde

Eu era repórter da Veja em Brasília, tinha 23 anos e convivia com jornalistas muito especiais, como o querido mestre Pompeu de Sousa, diretor da Sucursal, a referência D’Alembert Jaccoud, chefe de Redação, e colegas valentes como Marinilda Carvalho (então Marchi), que também foi presa na mesma época, quando as garras da ditadura chegaram ao “Partidão”. Nossa equipe era sensacional: Valdimir Diniz, Suzana Veríssimo, Carlos Henrique Almeida Santos, André Gustavo Stumpf, Márcio Varella, Rubens Pontes, Luiz Humberto Miranda Martins Pereira, Salomon Cytrynowich (Samuca, não tenho certeza da grafia do sobrenome), Márcio Santilli. Também passaram por lá na época, mas não me lembro se já estavam quando o Vlado foi morto, Álvaro Pereira, Raymundo Costa, Armando Rollemberg… Uma grande redação, todo mundo antenado e, provavelmente, todos assinaram o manifesto, que circulou de redação em redação, no Congresso, nas assessorias, em por toda parte, enfim, e mobilizou muito o jornalismo de Brasília. Eram momentos de apreensão, de medo mesmo, mas o Brasil já estava movido a esperança e o jornalismo era efervescente e combativo. O Vlado foi um mártir. Sua morte não foi em vão.

17/8/2020.

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