14/09/2022

Educação em Direitos Humanos: Usina de Valores realizou cursos e oficinas em seis territórios

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Usina de Valores nos territórios
Esta etapa do projeto Usina de Valores em São Paulo, em parceria com Ação Comunitária Senhor Santos Cristo, no mês de agosto, contou com oficina de slam e sobre o conselho tutelar (Foto: Alice Vergueiro)
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Usina de Valores nos territórios
Em Salvador, as oficinas desta etapa do Usina de Valores foram Lambe-Lambe e Teatro Griot, realizadas pela área de Educação em Direitos Humanos do Instituto Vladimir Herzog com a parceria da Iniciativa Negra Por Uma Outra Política Sobre Drogas (Foto: Tamires Allmeida)
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Usina de Valores nos territórios
No Rio de Janeiro, a área de Educação em Direitos Humanos do Instituto Vladimir Herzog realizou, em parceria com o Instituto Raízes em Movimento, oficinas de Colagem e Produção de cadernos artesanais (Foto:Edilano Cavalcante)
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Usina de Valores nos territórios
Em agosto, a área de Educação em Direitos Humanos do Instituto Vladimir Herzog realizou em Recife, em parceria com a Escola Livre de Redução de Danos as oficinas Comunicação comunitária e popular, Produção de cards para mídias sociais, Cartografia participativa e Intervenção urbana: Lambe-lambe (Foto: Ingrid Veloso)
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Usina de Valores nos territórios
Em Alvorada (RS), o Instituto Vladimir Herzog realizou em parceria com a União das Associações de Moradores (UAMA) oficinas de Teatro e Terapia Comunitária nesta fase do Usina de Valores (Foto: Matheus Portela)
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Usina de Valores nos territórios
Em Salvador, as oficinas desta etapa do Usina de Valores foram Lambe-Lambe e Teatro Griot, realizadas pela área de Educação em Direitos Humanos do Instituto Vladimir Herzog com a parceria da Iniciativa Negra Por Uma Outra Política Sobre Drogas (Foto: Tamires Allmeida)
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Usina de Valores nos territórios
Oficina de Literatura Marginal e de Lambe-Lambe e Grafite foram realizadas na Grande Vitória, em parceria entre Instituto Vladimir Herzog e Centro de Defesa de Direitos Humanos da Serra / CDDH (Foto: Stel Miranda)

Entre junho e agosto, a área de Educação em Direitos Humanos do Instituto Vladimir Herzog, por meio do projeto Usina de Valores, realizou a segunda etapa  de oficinas e curso de direitos humanos em seis territórios: Salvador, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória e Alvorada. Essas vivências buscaram fortalecer uma cultura de paz e respeito à diversidade, como forma de se contrapor ao aumento da violência e discursos de ódio na sociedade. 

Em cada território, as experiências tiveram desenvolvimento e características muito próprias, em articulação com os diferentes contextos e saberes. Foram desenvolvidas estratégias distintas a partir de um processo formativo com educadores dos territórios, que compuseram a equipe do Usina e construíram essa contextualização. Além disso, o Instituto Vladimir Herzog contou com parceria primordial de entidades atuantes em cada território para realizar o projeto.

Em comum, todos os encontros tiveram como eixo central os cinco valores difundidos pelo Usina de Valores: Bem-Viver, Escuta Ativa, Coexistir na Diferença, Engajamento Político e Dignidade Humana. Eles são conceitos transversais que se desdobram no curso de direitos humanos – com cinco encontros e módulos temáticos, totalizando 28 horas – e nas oficinas – atividades formativas livres, de caráter comunicacional e criativo em  diferentes linguagens.

“Quando atuamos com Educação em Direitos Humanos, não se trata de explicar a teoria sobre os direitos, e sim de criar espaços que proporcionem a vivência em direitos humanos. Ou seja, espaços seguros de trocas de saberes, onde haja verdadeiramente escuta, respeito, diálogo”, explica a Coordenadora Educacional da área de Educação em Direitos Humanos do Instituto Vladimir Herzog, Crislei Custódio.

 A primeira etapa do Usina de Valores nestes seis territórios aconteceu de março a maio de 2022, enquanto a segunda etapa se concentrou entre junho e agosto deste ano.

Trocar para fortalecer

Esta segunda etapa do Usina de Valores coincidiu em muitos territórios com um reencontro presencial e um movimento de reestruturação das redes territoriais. É o que aconteceu na Grande Vitória, por exemplo. “O curso e as oficinas movimentaram o pessoal aqui, a gente estava desanimado, precisando se ver. Muitas pessoas relataram durante o curso até estar num processo depressivo”, conta o educador Rafael Nascimento.

O percurso foi muito forte, a galera se encontrou num processo de força muito grande”, conclui.

Para a educadora Marília Gomes, o fator presencial também foi um grande diferencial nesta segunda etapa do Usina em Recife, que teve participantes ativos e instigados. Do Rio de Janeiro, Daiani Araújo comenta sobre a sensação de estar num espaço de troca e construção especialmente no contexto atual: “O Usina de Valores foi um respiro, um alívio, de encontrar pessoas que estão pensando numa mudança de perspectivas e de viver a vida, através da empatia, da escuta ativa, com base no respeito”

“O Usina de Valores foi um respiro, um alívio, de encontrar pessoas que estão pensando numa mudança de perspectivas e de viver a vida, através da empatia, da escuta ativa, com base no respeito”

Olhar para o território

O curso de direitos humanos do Usina está estruturado em cinco módulos temáticos com ênfase nas relações nos territórios, com temas como territorialidade, saúde mental, diversidade, desigualdade social e bem-viver. Assim, tomou percursos únicos em cada turma, de acordo com o contexto e as individualidades. No Rio de Janeiro, por exemplo, a educadora Daiani comenta: “Tivemos uma turma bem heterogênea, marcada pela participação de homens pretos de regiões diversas do Rio. A partir de cada vivência, a gente identificava e construía perspectivas diferentes sobre a relação do nosso corpo na cidade”.

As oficinas buscaram a expressão e sensibilização de participantes para suas identidades, direitos e relações com os espaços, além de instrumentalização para ações nos territórios. Daiani, educadora territorial no Rio, pontua que, apesar das diferentes linguagens, as oficinas procuraram alinhar arte e os valores do Usina como norteador e potência para expressar o que somos e sentimos em relação ao nosso viver na cidade, ao nosso território e identidades

Cada educador e educadora teve papel central para definição das linguagens. “Pra mim, era importante dialogar com as linguagens que vejo aqui em Salvador, dialogar com ações que a periferia já promove”, relembra Larissa Neves. Na Grande Vitória, as oficinas mobilizaram o Bonde das Favelas, grupo de artistas que já tinha vontade de retomar ações nas comunidades. Em Recife, as oficinas contaram com muitas pessoas ativistas de movimentos sociais na cidade. 

Segundo a educadora pernambucana Marília, tanto o curso quanto as oficinas foram capazes de ampliar os olhares de quem esteve presente: 

“Muitas pessoas relataram ter tido novas percepções e reflexões ao longo dos processos coletivos. Percebemos que essas atividades podem ser de fato muito transformadoras”.

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