14/12/2016

Dom Paulo não morreu. Nunca morrerá

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O Cardeal da Liberdade continuará sempre nos corações dos que prezam o livre arbítrio e por ele lutam. Daqueles que não toleram ditaduras nem com elas compactuam.

O Bispo dos Oprimidos e Cardeal dos Trabalhadores nunca será esquecido pelos operários, pelos moradores de favelas e periferias. Pois foi em seu benefício que, logo ao se tornar arcebispo metropolitano de São Paulo, vendeu o palácio episcopal para instalar 1.200 centros comunitários, 2.000 Comunidades Eclesiais de Base e inúmeros outros projetos sociais pela capital.

O Bom Pastor estará sempre presente e inspirando os participantes da Comissão Justiça e Paz, por ele criada em 1972 para promover os valores universais da paz, da cidadania e da dignidade da pessoa humana.

O Cardeal da Cidadania nunca sairá dos sentimentos dos familiares de mortos, perseguidos e desaparecidos políticos, pelos quais enfrentou a ditadura em diversas oportunidades e, com o rabino Henry Sobel e o pastor Jaime Wright, comandou a publicação do livro Brasil:Nunca Mais, que registrou informações sobre mais de 700 processos do Superior Tribunal Militar, denunciando a repressão política no país.

O Guardião dos Direitos Humanos jamais poderá ser esquecido pelos admiradores de Adolfo Perez Esquível, ativista argentino e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, que declarou ter sido “salvo duas vezes” por ele.

O Amigo do Povo – como ele próprio se definia – estará sempre presente entre os amigos e familiares do estudante universitário Alexandre Vannucchi Leme, morto pela ditadura em 1973, em cuja homenagem ele celebrou missa na Catedral da Sé, em São Paulo.

Foi na mesma Catedral que ele denunciou o assassinato de Vladimir Herzog por agentes da ditadura, já no ofício religioso em sua memória, em 1975.

O amado e reverenciado Dom Paulo Evaristo Arns é e sempre será um rosto, um vulto e uma voz indeléveis nos corações dos familiares, descendentes e amigos do Vlado.

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